Safra recorde nos EUA e real valorizado pressionam preços do milho
Estoques elevados nos Estados Unidos e clima favorável no Sul do Brasil devem manter pressão sobre as cotações do milho
Safra americana e real valorizado pressionam o milho. Foto: Canva
A safra americana de milho alcança níveis recordes, garantindo estoques elevados e oferecendo equilíbrio ao mercado global. No Brasil, o clima favorável no Sul e o avanço do plantio da primeira safra também devem pressionar os preços. De acordo com o Itaú BBA, o estoque de passagem brasileiro deve crescer fortemente em relação à safra 2023/24.
Nos Estados Unidos, a paralisação do governo atrasou a divulgação de dados importantes, como o relatório mensal de oferta e demanda (WASDE) do USDA. Mesmo assim, o último relatório, publicado em setembro, surpreendeu ao revisar para cima a produção estimada, de 425,3 milhões para 427,1 milhões de toneladas. As exportações atingiram 75,6 milhões de toneladas, e os estoques foram projetados em 53,6 milhões de toneladas, alta de 59,2% em relação à safra 2024/25.
Apesar de algumas estimativas de produtividade abaixo do esperado, o cenário segue confortável, com grandes volumes disponíveis. A colheita americana deve acelerar nas próximas semanas, com maior oferta prevista a partir da segunda quinzena de outubro.
No Brasil, a comercialização do milho continua abaixo da média dos últimos cinco anos. Contudo, outubro tende a registrar aumento nas vendas, já que o cereal representa o maior volume armazenado atualmente. Os armazéns devem ser liberados até janeiro para receber a nova safra de soja.
O câmbio também influencia o mercado. A valorização do real limita a alta das cotações e mantém a paridade do milho brasileiro abaixo do mercado interno, mesmo com o bom ritmo de exportações em setembro. Ainda que os embarques atinjam 42 milhões de toneladas, o país deve encerrar o ano com estoques de passagem confortáveis.




