Preço mínimo do algodão para a safra 2025/26 permanece em R$ 114,58 por arroba, contrariando o setor produtivo
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou, nesta quarta-feira (9), a portaria que define o preço mínimo do algodão para a safra 2025/2026. Segundo o texto divulgado no Diário Oficial da União, os valores permanecem inalterados em relação à safra anterior.
A arroba da pluma segue fixada em R$ 114,58. Já o algodão em caroço mantém o valor de R$ 45,83 por arroba, enquanto o caroço de algodão segue em R$ 6,73. Assim, não houve nenhum tipo de reajuste, o que causou frustração ao setor produtivo.
Produtores esperavam atualização dos preços
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), junto com a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Algodão e Derivados, solicitou um aumento. Em carta enviada ao ministro Carlos Fávaro, o presidente das entidades, Gustavo Piccoli, sugeriu que o valor da pluma fosse reajustado para R$ 125,00 por arroba — uma alta de 9,1%.
Entre os argumentos apresentados, destacam-se o aumento nos custos com insumos agrícolas, especialmente fertilizantes, e também o impacto da alta dos combustíveis. Além disso, segundo Piccoli, o aumento do salário-mínimo, o encarecimento da energia elétrica e a desvalorização do real agravaram ainda mais os custos de produção.
“A atual conjuntura global levou à queda nos preços do algodão e ao retorno da alta nos preços de matérias-primas essenciais à produção nacional. O reflexo tem sido sentido pelos produtores na elevação dos custos de produção, o que exige mais capital para o financiamento da safra e amplia o risco da atividade”, afirmou Piccoli.
Setor enfrenta desafios econômicos e logísticos
O cenário econômico também representa obstáculos. O aumento dos juros nas linhas de crédito do Plano Safra 2025/2026 limita o acesso dos produtores a investimentos em tecnologia, irrigação e expansão. Além disso, há preocupações com possíveis aumentos do IOF e com a taxação da LCA, o que exige maior cautela nas decisões financeiras.
Outro fator de risco é a dependência da importação de fertilizantes. Como representam cerca de 17% do custo operacional efetivo da produção de algodão, esses insumos tornam o setor vulnerável a crises externas, como conflitos geopolíticos.
No mercado internacional, a disputa tarifária entre China e Estados Unidos aumenta a instabilidade. Embora o Brasil lidere nas exportações de algodão, os preços da pluma seguem em queda. Por isso, os produtores temem impactos negativos na rentabilidade da atividade.