Taxação dos EUA preocupa produtores brasileiros de frutas, ovos e hortaliças e pode afetar exportações e preços no varejo
A taxação dos EUA preocupa produtores brasileiros de frutas, flores, legumes, verduras e ovos (FFLVO). Além disso, o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos do Brasil, com início previsto para 1º de agosto, acendeu um alerta no setor. Por isso, cadeias com logística frágil e custos apertados sentem o risco imediato nas exportações e na previsibilidade dos negócios.
Com alta sensibilidade a variações de preço, o segmento enfrenta dificuldades para absorver aumentos de custos. Dessa forma, os valores no varejo podem subir. Como consequência, essa alta tende a afetar o consumidor e, consequentemente, a demanda interna.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa os produtores de ovos, também demonstrou preocupação com os efeitos da medida. Segundo a entidade, a tarifa pode comprometer o avanço das exportações para os Estados Unidos. De janeiro a junho de 2024, os embarques cresceram mais de 1000% em comparação ao mesmo período de 2023, impulsionados pela escassez causada pela influenza aviária que atingiu a produção norte-americana.
Além disso, frutas como manga, uva, papaia e laranja, além do gengibre, também correm risco. Esses produtos perecíveis têm presença consolidada no mercado externo. Portanto, qualquer recuo nas exportações tende a impactar a oferta no mercado interno. Por isso, isso pode pressionar os preços e exigir resposta ágil dos varejistas para lidar com mudanças rápidas nos estoques e na demanda.
Diante do cenário, o setor considera alternativas como diversificação de mercados e fortalecimento da imagem do Brasil como fornecedor de produtos frescos e de qualidade. A taxação dos EUA preocupa produtores, mas também reforça a importância da adaptação e inovação frente aos desafios do comércio internacional.