Queda nos preços do arroz ultrapassa 40% e reduz margens da indústria e produtores, segundo análise do Itaú BBA
A queda nos preços do arroz vem pressionando as margens do produtor e da indústria. Desde março, quando teve início a colheita, os valores recuaram de forma significativa. Em junho de 2025, o arroz em casca foi negociado a R$ 67,19 por saca de 50 kg, valor 41% menor do que o registrado no mesmo período de 2024, segundo relatório do Itaú BBA.
Esse movimento acende um sinal de alerta para a safra 2025/26. Com a rentabilidade da temporada atual mais restrita, o investimento na próxima tende a ser menor. Embora o custo da matéria-prima para a indústria possa cair com a maior oferta, outros custos seguem pressionando. O repasse de despesas com logística e embalagens, por exemplo, permanece limitado diante de um varejo mais cauteloso e estoques enxutos.
Mesmo com recuo no atacado, os preços não caíram na mesma proporção do campo. Em um cenário de consumo retraído, vender o produto com margens positivas tornou-se um desafio já no primeiro trimestre da comercialização.
Além disso, a boa disponibilidade de arroz no Mercosul e a valorização do real tornam as importações mais atrativas. Tanto o arroz em casca quanto o beneficiado vêm ganhando espaço. No entanto, a entrada de produto já processado amplia os impactos da queda nos preços do arroz, especialmente sobre as indústrias que ainda operam com estoques comprados a valores elevados no ciclo anterior.