Tarifa dos EUA impacta mercado imobiliário ligado ao agronegócio, gerando retração nos investimentos em imóveis de alto padrão no Brasil
A tarifa dos EUA impacta mercado imobiliário brasileiro, especialmente em segmentos relacionados ao agronegócio. A decisão norte-americana de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, válida a partir de agosto, tem gerado efeitos indiretos em setores que não atuam diretamente nas exportações.
Em cidades com mercados imobiliários aquecidos, como Balneário Camboriú (SC), o reflexo da medida já é sentido. O agronegócio é um dos maiores compradores de imóveis de luxo no país e representa uma fatia significativa da demanda local. Com a perspectiva de perdas bilionárias nas exportações e incertezas econômicas, muitos investidores ligados ao setor optam por adiar negociações imobiliárias.
Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) indicam que as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 82 bilhões no primeiro semestre de 2025. O complexo soja lidera com US$ 30,3 bilhões, enquanto o setor de carnes respondeu por US$ 14 bilhões. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que as perdas nas exportações possam chegar a US$ 5,8 bilhões neste ano devido à tarifa.
Essa situação econômica tem influenciado o comportamento dos investidores imobiliários ligados ao agronegócio. A instabilidade no comércio exterior e a possibilidade de retração do PIB levam a uma postura mais cautelosa nos investimentos em imóveis de alto padrão.
Apesar das dificuldades, o mercado imobiliário continua sendo considerado um ativo sólido para proteção de patrimônio. Imóveis de luxo em regiões valorizadas mantêm liquidez e apresentam potencial de valorização a longo prazo, mesmo diante de crises econômicas. Dessa forma, o cenário atual pode gerar uma desaceleração temporária, mas não elimina a confiança no valor dos imóveis.
Em resumo, a tarifa dos EUA impacta mercado imobiliário ligado ao agronegócio, causando cautela nos investidores. No entanto, o setor segue firme, com expectativa de recuperação conforme a economia brasileira estabilize.