Mercado de soja mantém preços pressionados com tensões EUA-China
Escalada tarifária entre as duas maiores economias do mundo influencia cotações da oleaginosa e investidores seguem cautelosos

Soja brasileira enfrenta pressão de preços com tensões comerciais. Foto: Freepik

O mercado de soja segue pressionado na manhã desta quarta-feira, com a posição novembro cotada a US$ 10,04, segundo análise da Granoeste. Apesar das perdas mínimas, a perspectiva permanece negativa porque a China continua ausente nas compras de soja norte-americana.
A deterioração comercial entre Estados Unidos e China tem pesado na formação do preço. Além disso, a escalada tarifária ameaça até o encontro previsto entre os dois presidentes no final de outubro. Recentemente, a China passou a aplicar taxas para permitir a chegada de navios de bandeira norte-americana em seus portos enquanto ameaçava cortar as exportações de metais raros. Em resposta, Trump sinalizou possível corte de todas as importações de óleos de cozinha usados, insumo na produção de biodiesel.
Para os investidores, as relações entre as duas economias continuam volúveis, com isso, surgem novas regras e tarifas constantemente. No entanto, o bom ritmo da colheita norte-americana e a grande oferta brasileira seguem como fatores de suporte para o mercado.
O line-up indica que o Brasil poderá exportar cerca de 7,5 milhões de toneladas de soja em outubro. Se confirmado, o volume chegará próximo de 100 milhões de toneladas, contra 4,4 milhões de toneladas no mesmo período de 2024. Enquanto isso, no mercado doméstico, os prêmios nos portos brasileiros variam entre 165 e 190 no spot, e para novembro, entre 175 e 195.
A taxa de câmbio se mantém entre R$ 5,45 e R$ 5,50, o que favorece a formação do preço interno. No oeste do Paraná, indicações de compra estão entre R$ 132 e R$ 134, enquanto em Paranaguá os valores ficam na faixa de R$ 142, variando conforme prazo de pagamento e local de embarque.
