Mercado do feijão mostra sinais opostos entre tipos
Feijão carioca segue valorizado em várias regiões, enquanto feijão preto permanece abaixo da média histórica

Feijão carioca sustenta preços, enquanto feijão preto segue abaixo da média histórica. Foto: CNA / Divulgação

O mercado do feijão apresentou trajetórias distintas em agosto, de acordo com o Indicador Cepea/CNA. Enquanto o feijão carioca registrou valorização, o feijão preto manteve forte queda.
Feijão carioca mantém valorização
Para notas 9 ou superior, a colheita avançou. No entanto, o armazenamento em câmaras frias reduziu a oferta imediata e, assim, sustentou os preços.
Entre 14 e 21 de agosto, o Centro/Noroeste de Goiás registrou média de R$ 224,28 por saca de 60 kg. Além disso, no Leste Goiano, a cotação foi de R$ 209,56. Já em Minas Gerais, o Noroeste fechou a R$ 215,71 e o Triângulo/Alto Paranaíba a R$ 212,00.
Em Itapeva (SP), o preço se manteve firme em R$ 241,51. Contudo, apesar da recuperação, algumas regiões ainda operam abaixo das médias históricas, como o Leste Goiano (R$ 227,50) e Sorriso (R$ 210,86).
Diferença entre padrões
No caso das notas 8 e 8,5, os preços variaram conforme a qualidade dos lotes. Assim, grãos mais claros e de peneira maior registraram valorização, enquanto os de menor padrão continuaram pressionados.
No Leste Goiano, a média encerrou em R$ 192,62. Em Itapeva (SP), chegou a R$ 206,18. No Noroeste de Minas, houve leve alta para R$ 201,37.
Por outro lado, em Sorriso (MT), as cotações recuaram para R$ 173,33, refletindo a preferência pelos lotes mais novos da safra 2024/25. Ainda assim, algumas regiões seguem abaixo da média histórica, como Itapeva (R$ 210,54) e Leste Goiano (R$ 195,40).
Feijão preto segue pressionado
O feijão preto tipo 1 manteve preços baixos devido à ampla oferta. Assim, as negociações seguem lentas e as cotações estão abaixo tanto da média acumulada desde setembro de 2024 quanto do preço mínimo da Conab, de R$ 152,91 por saca.
Em Curitiba (PR), a média foi de R$ 128,39, frente a R$ 195,65 historicamente. Já na Metade Sul, o preço caiu para R$ 117,30, contra média de R$ 192,84. Além disso, no Nordeste Rio-grandense (RS), a queda chegou a 10,5%, com valor de R$ 120,83.
Apoio ao produtor
Segundo Tiago Pereira, assessor técnico da CNA, o governo federal anunciou leilões públicos de feijão por meio da Conab.
De acordo com ele, “o leilão é uma medida emergencial de apoio aos produtores diante dos baixos preços”. Nesse sentido, a iniciativa prevê R$ 21,7 milhões para subvenção, o que deve atender cerca de 50 mil toneladas nas modalidades PEP e Pepro.
