Peixe BR contesta classificação da tilápia como invasora pelo MMA
Associação questiona proposta e alerta sobre impactos socioeconômicos na piscicultura

Peixe BR questiona classificação da tilápia como invasora. Foto: Canva

A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) demonstrou preocupação com decisões recentes que afetam diretamente o setor nacional. Primeiro, a liberação da importação de tilápia do Vietnã, em um momento de supersafra e preços baixos, causou desequilíbrio no mercado interno, prejudicando produtores.
Pressão internacional e proposta do MMA
Além disso, os Estados Unidos anunciaram aumento tarifário sobre a tilápia brasileira, repassando custos aos produtores enquanto as negociações ainda estão em andamento. Em seguida, a situação se agravou com o comunicado do Ministério do Meio Ambiente (MMA), apresentado em 3 de outubro de 2025, na reunião do CONAPE/MPA. A minuta do CONABIO inclui tilápia, peixes nativos fora de suas bacias de origem, espécies híbridas e camarões na lista de espécies exóticas invasoras.
A classificação como “invasora” coloca essas espécies no mesmo nível de alerta do javali. A estratégia apresentada prevê a erradicação das espécies caso a proposta seja aprovada na reunião da CONABIO/MMA em 8 de novembro.
Impactos e recomendações da Peixe BR
A Peixe BR ressalta que a proposta carece de debate técnico amplo e estudos atualizados e imparciais. Portanto, decisões desse porte não podem ignorar o impacto socioeconômico sobre milhares de famílias que vivem da piscicultura.
Segundo a associação, a ciência deve caminhar junto da realidade social e econômica, garantindo sustentabilidade ambiental sem prejudicar o desenvolvimento produtivo. Além disso, parcerias estão sendo realizadas para demonstrar que a proposta não garante o equilíbrio necessário.
A minuta também não prevê prazo adequado para defesa do setor, considerando que os estudos do MMA se iniciaram em 2009. Dessa forma, a Peixe BR reforça que políticas públicas devem atender às demandas da sociedade brasileira, combatendo a fome por meio da produção de alimentos de qualidade e em abundância.
