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Copacol é alvo de revolta de agricultores que sofreram golpe de cerealista no PR

Agricultores lesados querem posicionamento da cooperativa paranaense, que comprou em sigilo a estrutura da Cerealista Fruet, acusada de estelionato por mais de 40 produtores da região

Foto do autor Redação RuralNews
25/07/2025 |

Um grupo de produtores rurais das cidades de Campo Bonito, Guaraniaçu e outros municípios da região Oeste do Paraná acusam a Cerealista Fruet, localizada na cidade de Campo Bonito, de estelionato. Os agricultores reuniuram em frente à empresa nesta quinta-feira, (24/07) para protestar contra um possível golpe milionário aplicado pelo proprietário da empresa, Celso Fruit, envolvendo a comercialização dos grãos dos agricultures que estavam armazenados na cerealista.

Os produtores rurais afirmaram ao portal Cantu que a cerealista encerrou suas atividades sem efetuar o repasse financeiro devido pelos produtos entregues. O proprietário desapareceu da cidade e comunicou que a empresa foi adquirida pela Copacol, cooperativa localizada em Cafelândia/PR. O ex-dono da empresa, Celso Fruet, designou dois advogados para falar com os credores.

Indignados, os agricultores cobram agora da Copacol um posicionamento sobre a participação no ocorrido. "Porque a cooperativa comprou em sigilo a estrutura da cerealista? Eles não se preocuparam em nenhum momento em avaliar a situação financeira da empresa com os agricultores que confiavam o armazenamento da sua produção na cerealista?", questiona indignada a produtora rural Silvana Alves.

"Do dia para a noite a empresa fecha e não comunica nada. Daí descobrimos, com muita supresa, que a Copacol tinha adquirido a empresa", se revolta a produtora rural. Ela afirma que, em contatos anteriores, a Cooperativa negava qualquer intenção de incorporar a cerealista.

Silvana e os outros produtores questionam como uma cooperativa que tem como lema honestidade e transparência participa de uma situação que prejudica os produtores da região. O rombo na economia local é de mais de R$ 50 milhões e afeta drasticamente a vida dos produtores rurais envolvidos. No local, dois funcionários da Copacol estão responsáveis pela cerealista agora. "Nem ao menos nos abrigaram da chuva. Nos deixaram aqui fora, sem nenhuma satisfação", se revolta Silvana.

O prefeito de Campo Bonito, Mário Webber, também é um dos produtores rurais vítimas do suposto golpe. "Há 20 anos a cerealista Fruet estava instalada em nosso município. Confiávamos na empresa e agora sofremos um golpe, nos deixando sem condições de honrar nossos compromissos. Agora, a empresa simplesmente fecha as portas e deixa um caos na cidade, um município que é essencialmente agrícola", afirma o Webber.

Nesta semana, mais de 200 produtores se reuniram com advogados da Cerealista Fruet para avaliar a situação, mas foram orientados a procurarem a Copacol. "Como a cooperativa compra uma empresa sem avaliar as condições financeiras dela com seus fornecedores? Foi um negócio muito rápido. O Fruet simplesmente desapareceu e não há mais um grão de cereal sequer armazenado na empresa", se indigna o prefeito e produtor rural.

A revolta dos agricultores agora é com a cooperativa, que segundo eles, devia ter considerado a situação econômica da cerealista com o produtores ao comprar a empresa. "Ouvíamos especulações e fomos até a Copacol que sempre negava a compra. O imóvel que foi comprado pela Copacol vale muito menos que os nossos produtos armazenados na cerealista", se revolta Silvana.

Precisamos de respostas e garantias por parte da cooperativa, que é a responsável agora pela empresa. "Nessa situação nenhum produtor vai trazer mais sua safra para armazenar com eles. A Copacol depende de nós", afirma.

Segundo a delegada Raiza Bedin, da Comarca de Guaraniaçu, mais de 40 produtores rurais já registraram boletim de ocorrência contra a Cerealista Fruet. Segundo levantamento, mais de 200 agricultores da região foram afetados pela situação.

Em nota oficial enviada à imprensa na quinta-feira (24/07), a assessoria da Copacol afirma que a cooperativa adquiriu apenas a estrutura física e os equipamentos da cerealista localizada na PR-474, em Campo Bonito. No comunicado, a cooperativa ressaltou que não possui qualquer vínculo com os grãos entregues anteriormente pelos produtores à cerealista. "A negociação seguiu rigorosamente todos os princípios estabelecidos pela legislação brasileira", afirmou a cooperativa.

Em contato direto com o redação do portal RuralNews, a assessoria de imprensa da Copacol reforçou o que foi comunicado na nota oficial. "A Copacol incorporou a estrutura física e de armazenagem da cerealista Fruet e não tem vínculo com as operações comerciais anteriores realizadas pela empresa investigada", afirmou.

Fontes: Portal Cantu e RRMais.

TAGS:
#Estelionato
# Cerealista Fruet # Campo Bonito # Copacol
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Editor RuralNews
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