Cerealista Fruet afirma que vendeu sede para quitar dívidas

A Cerealista Fruet, localizada em Campo Bonito, região Oeste do Paraná, está sendo acusada de estelionato por produtores rurais das cidades vizinhas. O proprietário da empresa, Celso Fruet, fechou as portas da empresa nesta semana após vender a estrutura física para a cooperativa Copacol, com sede em Cafelândia/PR.

Isso revoltou os mais de 200 agricultores que tinham cereais armazenados na Cerealista, que se sentem vítimas de um golpe e cobram inclusive um posicionamento da Copacol sobre a transação. A cooperativa, em nota oficial, comunicou que somente incorporou a estrutura física da empresa.

Na quinta-feira, (24/05), cerca de 200 agricultores se reuniram na frente da sede da empresa em Campo Bonito para protestarem e cobrar providências. Os prejuízos à economia local podem chegar a mais de R$ 50 milhões.

No final da tarde de sexta-feira (25/07) representantes da Cerealista Fruet enviaram ao portal RuralNews um comunicado oficial sobre o ocorrido. No documento, assinado pelos advogados Hiuri Fagundes e Maurício Luna, a empresa reforça o compromisso com a "boa-fé, a legalidade e a busca incessante por soluções viáveis, dentro e fora do Poder Judiciário".

Segundo os advogados, a Cerealista Fruet "compreende a angústia dos agricultores, mas ressalta que a coação e a violência não contribuem para a solução da crise, apenas aprofunda os danos e dificulta a recuperação do setor produtivo como um todo". A nota informa que a venda da sede operacional da Cerealista Fruet foi um esforço para liquidar dívidas e tentar buscar meios de reestruturação.

Produtores rurais fizeram manifestação em frente à sede da empresa na quinta-feira (24/07)

No comunicado, a empresa que atua há 30 anos no setor de armazenamento e comercialização de grãos, confirmou estar enfrentando uma grave crise financeira, que a tem impedido de honrar imediatamente os compromissos com produtores rurais.

A crise, segundo a Cerealista Fruet, se deve a uma "série de fatores conjunturais do mercado, incluindo oscilações do setor agrícola, altas taxas de financiamento, inadimplência em cadeia e, de forma destacada, uma concentração atípica de pedidos de fixação de soja por parte dos agricultores". A prática consiste na solicitação do recebimento dos grãos fixados para pagamento, o que teria, segundo a empresa, sobrecarregado o seu fluxo de caixa.

Outro fator alegado pelos advogados são os graves problemas de saúde que o sócio proprietário da Cerealista Fruet passou no último ano. Ele teve que se desligar das atividades empresariais para tratamento. "Esse fator, somado às dificuldades operacionais já enfrentadas, agravou ainda mais o cenário de crise", afirmam.