Mesmo com perspectivas positivas para os preços do trigo, moinhos ainda enfrentam desafios com margens apertadas e qualidade da safra
A primeira semana de julho trouxe um panorama mais favorável para o mercado de trigo, tanto no cenário internacional quanto nacional. De acordo com a TF Agroeconômica, os embarques da safra 2025/2026 nos Estados Unidos atingiram 586 mil toneladas, superando as 255,2 mil toneladas da semana anterior e ficando próximas do teto estimado pelos traders. As Filipinas foram o principal destino, com 162 mil toneladas adquiridas.
Nas Grandes Planícies do Norte, a deterioração das condições das lavouras de trigo de primavera — com 29% das áreas em situação de seca, frente a 25% na semana anterior e apenas 4% no mesmo período de 2024 — também favoreceu a elevação dos preços. Outro fator de estímulo veio da desvalorização do dólar frente ao euro, o que impulsiona a competitividade do trigo norte-americano.
No Brasil, os preços da nova safra apresentam alta de até 18,34% em relação ao mesmo período de 2024, especialmente no Paraná e no Rio Grande do Sul. A expectativa de uma colheita menor do que a do ano anterior deve manter as importações em alta e sustentar preços médios mais elevados no mercado interno.
Por outro lado, a TF Agroeconômica aponta que as margens dos moinhos seguem pressionadas, sobretudo devido à baixa qualidade da safra passada e à guerra de preços entre moinhos grandes e pequenos. No Paraná, a paridade entre o trigo argentino e o nacional mantém os preços estáveis ao redor de R$ 1.510/t CIF. No Rio Grande do Sul, o excesso de oferta local e estoques elevados devem segurar os preços nas próximas semanas.