Guerra no Oriente Médio e clima nos EUA elevam preços internacionais, mas mercado interno segue pressionado pela queda do dólar e baixa demanda
O mercado de trigo no Brasil permanece travado, segundo a análise da TF Agroeconômica. Apesar do cenário internacional de alta, influenciado pela guerra no Oriente Médio e pelas ondas de calor que afetam as lavouras de trigo de primavera nos EUA, o mercado interno não reage.
Os fatores de alta incluem a possibilidade de aumento nas compras de países do Oriente Médio e a redução dos estoques finais, tanto nos EUA quanto no mundo, conforme dados do USDA. A melhora da competitividade do trigo americano, favorecida pela queda do dólar, também pressiona o mercado europeu.
Por outro lado, há pressão sazonal de baixa devido ao avanço da colheita no Hemisfério Norte, além da queda do dólar no Brasil, que, combinada com a redução dos preços do trigo argentino e a baixa moagem no país, impede a valorização interna. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o mercado está praticamente parado, com moinhos sinalizando que o preço futuro de R$ 1.330,00 em Rio Grande está elevado.
No Paraná, compradores oferecem R$ 1.450 CIF moinho para julho, enquanto vendedores não aceitam menos de R$ 1.550 FOB. Em Santa Catarina, a indicação dos moinhos está entre R$ 1.420 e R$ 1.430 CIF, e o preço da pedra permanece estável. Já no mercado internacional, o contrato de trigo SRW para julho na Bolsa de Chicago fechou em alta de 3,28%, a US$ 543,75.
A TF Agroeconômica recomenda que produtores aproveitem as oportunidades de alta para garantir algum lucro, especialmente com os preços oscilando entre 6,08% e 8,8% de valorização no Paraná e cerca de 3,36% no Rio Grande do Sul.