Com pouca liquidez e forte seletividade, o trigo brasileiro enfrenta resistência dos compradores e presença crescente do produto argentino
O mercado de trigo permanece lento nas principais regiões produtoras do país. De acordo com a TF Agroeconômica, a seletividade dos moinhos tem limitado a comercialização, especialmente no Sul. No Rio Grande do Sul, os compradores estão focados apenas em lotes com qualidade superior. Trigos com leve desvio de cor já são descartados, enquanto a moagem segue baixa e os estoques são suficientes até a próxima safra. Estima-se que ainda existam 360 mil toneladas no estado, com projeção de 130 mil toneladas até o fim de outubro.
Em Santa Catarina, a semana foi marcada por pouca movimentação. Os moinhos se mantiveram ausentes e os preços não avançaram, mesmo com apostas de vendedores em uma retomada. O trigo gaúcho e o trigo argentino chegaram aos moinhos praticamente pelo mesmo valor, travando ainda mais os negócios.
No Paraná, a competitividade do trigo argentino tem pressionado os preços locais. Com cotação CIF ao redor de R$ 1.510 por tonelada, o produto importado está no mesmo nível do nacional, o que reduz o interesse por compras no mercado interno.
Em São Paulo, a semana também foi de baixa atividade. Foram registrados apenas negócios pontuais a R$ 1.540 CIF para o trigo pão tipo 1, refletindo a postura conservadora dos compradores.
Em Minas Gerais, por outro lado, o mercado apresentou maior fluidez. A boa qualidade da safra e o bom relacionamento entre produtores e moinhos favoreceram as negociações no estado, trazendo um contraste em relação às demais regiões analisadas pela TF Agroeconômica.