Evento da Abitrigo levou representantes de moinhos ao Centro-Oeste para conhecer a produção local e fortalecer a cadeia do cereal
A indústria brasileira do trigo voltou seus olhos para o Cerrado. Nos dias 16 e 17 de junho, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) promoveu a primeira edição do Giro Abitrigo – Cerrado, reunindo cerca de 45 representantes de moinhos de todo o país em visitas a propriedades produtoras de trigo na região de Cristalina (GO).
Com potencial para ampliar a produção nacional, a região Centro-Oeste conta com 3 milhões de hectares aptos para o cultivo de trigo de sequeiro e outros 500 mil para trigo irrigado. Em 2024, Goiás produziu 350 mil toneladas do cereal, com expectativa de ultrapassar 400 mil toneladas em 2025.
Segundo Eduardo Assêncio, superintendente da Abitrigo, o evento marcou uma nova fase para o setor. “A visita aos campos nos mostra a possibilidade real de expansão do trigo no Brasil, o que será fundamental para avançarmos em direção à autossuficiência”, afirmou.
Entre os participantes, o sentimento era de otimismo. Victor Oliveira, da Nita Alimentos, destacou o avanço da cultura na região. Já Ruy Zanardi, da Ocrim, ressaltou o crescimento acelerado do trigo no Cerrado, tanto em área quanto em tecnologia.
Durante as visitas, produtores como Jorge Luiz Kolling e Juarez Schadeck reforçaram a importância da cultura na diversificação da produção e na melhora do solo para safras subsequentes, como soja e milho. Para Alan Guimarães, da Sitari Agronegócio, a presença dos moinhos na região aumenta a confiança dos produtores e fortalece os laços com o mercado.
A aposta no Cerrado como nova fronteira agrícola do trigo ganhou força com o evento. “Essa aproximação entre elos da cadeia é essencial. De um lado, os produtores veem oportunidades de mercado; do outro, os moinhos observam de perto o potencial produtivo da região”, concluiu Assêncio.