USDA eleva estoques de trigo nos EUA e projeta queda nas exportações globais
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou nesta semana seu relatório mensal de oferta e demanda agrícola, com destaque para o cenário do trigo na temporada 2024/25. Segundo análise da TF AgroEconômica, o relatório de abril indica uma combinação de maior oferta, leve retração no consumo doméstico e queda nas exportações, o que resultou em aumento dos estoques finais nos EUA.
A oferta norte-americana de trigo foi ajustada para cima com a revisão nas importações, que subiram de 272,15 mil toneladas para 4,08 milhões de toneladas – volume que, se confirmado, será o maior desde a safra 2017/18. O aumento se deve a incrementos nas classes Hard Red Spring (HRS), Durum, White e Hard Red Winter (HRW).
Já o consumo interno teve ligeira redução de 54,43 mil toneladas, reflexo da menor demanda por sementes, segundo o relatório de plantio prospectivo do NASS de março. As projeções para o uso em ração e residual foram mantidas em 3,26 milhões de toneladas, com ajustes internos por classe de trigo.
As exportações também sofreram cortes significativos, recuando 4,08 milhões de toneladas, totalizando agora 22,32 milhões. A redução se concentra nas variedades HRS e HRW. Como consequência, os estoques finais norte-americanos aumentaram 734,81 mil toneladas, atingindo 23,03 milhões – um avanço de 22% em relação ao ciclo anterior. O preço médio na fazenda permanece estável, em US$ 5,50 por bushel.
O consumo mundial também foi reduzido, caindo 1,4 milhão de toneladas para 805,2 milhões, com destaque para a menor demanda na Índia e na China. As exportações globais foram rebaixadas em 1,3 milhão de toneladas, somando agora 206,8 milhões, diante da menor participação da Rússia, Austrália e UE. Canadá e Ucrânia, por outro lado, tiveram aumentos em suas projeções.
Mesmo com a queda na oferta e nas exportações, os estoques finais globais aumentaram para 260,7 milhões de toneladas, puxados por aumentos nos Estados Unidos, Índia, Rússia e UE. Ainda assim, os estoques mundiais permanecem 3% abaixo da temporada anterior, sendo os menores desde 2015/16.