Oferta elevada e mercado interno lento derrubam cotações do trigo enquanto semeadura já cobre 42% da área no país
Os preços do trigo continuam em queda no mercado brasileiro, pressionados por fatores internos e externos. Segundo pesquisadores do Cepea, o cenário atual reflete a combinação entre o avanço da semeadura no país, a demanda doméstica enfraquecida e as desvalorizações nos mercados externo e cambial.
Com muitas moageiras já abastecidas ou operando com trigo importado, a liquidez segue baixa. Do lado dos produtores, o foco permanece nas atividades de campo, o que reduz ainda mais a movimentação no mercado interno.
De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 7 de junho, 42% da área prevista para o cultivo de trigo já havia sido semeada no Brasil. Em relatório divulgado neste mês, a estatal estima uma área total de 2,67 milhões de hectares — volume 1% inferior ao projetado em maio e 12,6% menor que o da safra de 2024.
A produção prevista é de 8,192 milhões de toneladas, representando uma leve queda de 0,8% em relação ao último relatório, mas ainda assim um crescimento de 3,8% frente ao volume colhido na safra anterior. A produtividade média está estimada em 3,06 toneladas por hectare, aumento de 0,3% ante o relatório anterior e de 18,9% na comparação anual.