Mercado sofre sequência de quedas com estoques acima do esperado nos EUA e ritmo moderado da demanda internacional
Os contratos futuros da soja seguem pressionados na Bolsa de Chicago, acumulando mais uma sessão negativa nesta terça-feira (2), com perdas entre 9 e 11 pontos nos vencimentos de agosto, cotados a US$ 10,18 por bushel. O movimento de baixa prolonga-se desde a semana passada, diante da leitura mais cautelosa dos investidores frente aos últimos dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Segundo análise da Granoeste Corretora, o principal fator de pressão vem dos estoques trimestrais americanos, que ficaram acima do esperado pelo mercado. No início de junho, havia 27,43 milhões de toneladas disponíveis para consumo e exportação nos EUA, volume superior às 26,4 milhões estimadas previamente e ao mesmo nível do ano passado.
O relatório de área plantada também contribuiu para o sentimento de cautela, com o USDA confirmando 33,74 milhões de hectares semeados com soja — ligeiramente abaixo da projeção de março e 4% menor que a área cultivada em 2024. Já o acompanhamento das lavouras indicou que 66% das áreas estão em condição boa ou excelente, número igual ao da semana anterior, sinalizando estabilidade nas condições de cultivo.
Além disso, o mercado global continua influenciado por uma oferta elevada, principalmente da safra brasileira, e por uma demanda internacional mais contida. Ao mesmo tempo, os preços do petróleo se estabilizam após perdas recentes, e o cenário geopolítico dá sinais de arrefecimento, o que também afeta o comportamento dos fundos no mercado de commodities.
No Brasil, os negócios seguem lentos. Com a queda em Chicago, os prêmios nos portos avançaram, com indicações entre 115 e 125 pontos no spot. As primeiras referências de compra no oeste do Paraná variam entre R$ 125,00 e R$ 128,00, enquanto em Paranaguá os valores vão de R$ 134,00 a R$ 137,00, dependendo das condições de pagamento e embarque.