Índice reflete pressão nos preços dos insumos e queda nas commodities agrícolas
O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) fechou junho em 1,26, registrando alta de 4,8% em relação a maio. Segundo a Mosaic, responsável pela divulgação mensal do indicador, o aumento reflete um cenário internacional marcado por conflitos geopolíticos e volatilidade nos mercados de insumos agrícolas.
Apesar da valorização do real frente ao dólar, a principal pressão sobre o índice veio da elevação dos preços dos fertilizantes, que subiram, em média, 3,7%. Entre os produtos que mais influenciaram o avanço estão a ureia, com alta de 9%, o fosfato (4%), o superfosfato simples (2%) e o cloreto de potássio (1%).
No lado das commodities agrícolas, os preços apresentaram recuo médio de pouco mais de 1% em junho. A soja teve leve valorização de 3%, o algodão manteve estabilidade, mas o milho e a cana-de-açúcar registraram quedas expressivas, de quase 7% e cerca de 5%, respectivamente. A queda está ligada ao bom andamento das lavouras de soja e milho nos Estados Unidos e aos bons resultados da colheita da segunda safra no Centro-Oeste brasileiro. No entanto, o frio intenso no final do mês causou preocupação em áreas produtoras do Sul do país.
Com o IPCF em alta e cerca de 25% do mercado ainda pendente de negociação, a recomendação é de cautela nas compras. A aproximação da safra de verão exige decisões antecipadas, a fim de evitar gargalos logísticos. Além disso, o setor segue atento às condições climáticas nos Estados Unidos e no Brasil, que podem influenciar diretamente os preços e a oferta de produtos agrícolas. O cenário internacional, ainda instável, também demanda atenção por parte dos produtores.
Entenda o IPCFO IPCF é um indicador que mede a relação entre os preços dos fertilizantes e das commodities agrícolas, com base em 2017. Quanto menor o índice, mais favorável é a relação de troca. O cálculo leva em consideração as principais lavouras do país: soja, milho, açúcar, etanol e algodão.