INÍCIO AGRICULTURA Economia

Explodem pedidos de recuperação judicial de agricultores

Quantidade saltou de 20 em 2022 para 127 no ano passado, segundo dados da Serasa Experian

Mato Grosso e Goiás lideraram o ranking de pedidos de recuperação judicial de produtores rurais que atuam como pessoas físicas, em 2023, segundo dados da Serasa Experian, revelados pelo Instituto Pensar Agro. A quantidade disparou 535%, saltando de 20 em 2022 para 127 no ano passado. Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rondônia também registraram um aumento significativo, também segundo a Serasa.

A análise sugere que, embora o total de pedidos de recuperação judicial possa parecer modesto em comparação com o universo de trabalhadores do setor agrícola, a rapidez com que esses números estão crescendo sinaliza problemas maiores em 2024/25 devido a perdas de produtores de soja.
Perdas de produção e alta de custos levaram parte dos produtores à quebradeira
Perdas de produção e alta de custos levaram parte dos produtores à quebradeira

O relatório da Serasa indica que a maioria dos pedidos partiu de produtores com grandes áreas de plantio de soja, seguidos por proprietários de áreas de pastagem e de café. Os grandes proprietários foram os que mais recorreram à recuperação judicial, seguidos pelos médios e pequenos produtores, com uma notável quantidade de solicitações vindo de indivíduos ou grupos sem registro de cadastro rural.

Grave

O presidente do Instituto do Agronegócio, Isan Resende, faz um grave alerta: “O aumento dos casos de recuperação judicial, ao comprometer a entrega de grãos vendidos, prejudica o programa de exportação, a escala da agroindústria e a distribuição de insumos agrícolas. O Poder Judiciário tem um papel fundamental de supervisão do processo e fiscalização do cumprimento da legislação, aceitando ou não o pedido segundo a análise da condição financeira e a capacidade de pagamento”, disse.

Marcelo Pimenta, encarregado do segmento de agronegócios na Serasa, também comentou. “A situação é agravada pela rentabilidade apertada dos produtores rurais, taxas de juros elevadas e expectativas de queda nos preços internacionais dos grãos, aumentando a necessidade de estímulos para o cumprimento de compromissos financeiros,” observou.




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