Produtividade média na Bahia atinge 1,77 ton/ha, um dos menores índices recentes
A produção brasileira de algodão na safra 2024/25 foi revisada para 3,85 milhões de toneladas de pluma, segundo a StoneX, empresa global de serviços financeiros. Essa nova estimativa representa uma queda de 0,7% em relação ao levantamento feito em maio.
A redução está ligada principalmente às perdas na Bahia, onde o clima adverso impactou a reta final da safra. A região enfrentou um período seco em março, seguido por chuvas próximas à colheita, que prejudicaram a qualidade do algodão.
“O clima úmido nas vésperas da colheita aumentou a sensibilidade das plantas, causando queda de capulhos em algumas áreas”, explica Raphael Bulascoschi, analista de Inteligência de Mercado da StoneX. Com isso, a produtividade média na Bahia deve atingir 1,77 tonelada por hectare, um dos piores resultados dos últimos anos.
Já em Mato Grosso, o desenvolvimento das lavouras foi mais favorável, com chuvas que beneficiaram as culturas de segunda safra. No entanto, a continuidade das chuvas em junho pode afetar a colheita e a qualidade da fibra. Por isso, as projeções para produtividade no estado não foram alteradas, aguardando o avanço da colheita para ajustes.
Apesar da desaceleração recente nas exportações, a estimativa para os embarques brasileiros de algodão em 2024 segue em 2,9 milhões de toneladas. Espera-se que o volume exportado cresça no segundo semestre com a entrada da nova safra.
O cenário externo continua desafiador, com demanda global fraca e valorização do real em relação ao dólar, o que prejudica a competitividade do algodão brasileiro. No mercado interno, o consumo foi revisado para baixo, passando para 700 mil toneladas, devido à lentidão na absorção do produto.
Com a queda na produção e no consumo, os estoques finais devem se manter estáveis, em cerca de 2,7 milhões de toneladas.