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Alta rentabilidade e resistência à seca impulsionam retomada do algodão no Paraná

Estado que já foi líder na produção nacional começa a recuperar espaço, com aumento da área cultivada e bons resultados de produtividade

Foto do autor Redação RuralNews
26/06/2025 |

O algodão volta a ganhar espaço no radar dos produtores paranaenses, impulsionado pela possibilidade de maior rentabilidade frente a culturas tradicionais e pela resiliência diante das mudanças climáticas. O Paraná, que já foi o maior produtor da fibra no país no início da década de 1990, quando cultivava mais de 700 mil hectares, agora dá sinais de retomada.

“Há coisas importantes acontecendo no Paraná, com a volta do plantio do algodão na região Noroeste e Norte do Estado. Está crescendo muito, e é mais uma opção para rotação de cultura e melhoria da renda do produtor rural”, afirmou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes.

Com menor demanda hídrica e exigência de muitas horas de sol, o algodão apresenta boa adaptação a regiões como o Noroeste paranaense, que tem clima semelhante ao do cerrado, principal polo de produção no Brasil. A fertilidade do solo no Estado permite ainda reduzir pela metade a necessidade de adubação em relação ao cerrado.

Embora a produção atual ainda seja pequena – cerca de 2,4 mil toneladas –, a demanda se mantém elevada. Segundo a Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar), seriam necessários 50 mil hectares plantados para atender o consumo interno. Levantamento da entidade, de 2014, indicava que o parque têxtil do Estado consumia cerca de 60 mil toneladas de pluma, abastecendo pelo menos 10 fiações e 7 tecelagens que hoje dependem do algodão produzido no cerrado.

Segundo o presidente da Acopar, Almir Montecelli, a cotonicultura pode hoje oferecer o dobro da lucratividade da soja, com potencial de produtividade de até 700 arrobas por alqueire. “O Paraná planta para colher 500 arrobas por alqueire e nessas condições ele dá o dobro de lucratividade da soja”, afirmou. Ele destaca ainda a redução do impacto de pragas como o bicudo do algodoeiro, hoje controlado com cerca de 7 aplicações de inseticida – metade do volume necessário em outras regiões produtoras – e sem uso de fungicidas.

A cultura também contribui para a preservação do solo, podendo evitar a necessidade de uma segunda safra no mesmo ano e beneficiar o cultivo subsequente.

Em 2024, apenas cinco municípios paranaenses registraram produção comercial de algodão no Valor Bruto da Produção (VBP), com destaque para Sertaneja, no Norte do Estado. O município aumentou sua área de cultivo de 124 para 520 hectares, com produção saltando de 601 para 2.095 toneladas. O VBP dobrou, passando de R$ 8,8 milhões para R$ 18,3 milhões. Em Assaí e Jataizinho a produção foi mantida, enquanto Andirá e Nova Santa Bárbara iniciaram o cultivo.

A expectativa da Acopar é que a área plantada aumente em 2025, passando dos atuais 584 hectares para cerca de 1,5 mil hectares no Estado.

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Editor RuralNews
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