A expansão dos trigais nos campos de cerrados, onde se inclui Goiás tem um produtor de Cristalina com o recorde de produtividade, foi defendida, hoje, pelo chefe geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, na abertura do Fórum do Trigo Tropical de Goiás, no auditório da Fieg, em Goiânia.
O papel goiano na autossuficiência do trigo nacional foi amplamente exposta durante o encontro. Dados da pesquisa apontam que o trigo teve crescimento de mais de dez vezes em dez anos. A produtividade foi surpreendente e marcante. No tipo sequeiro, a média com a BRS 404 foi de 4.861 quilos por hectare. No sistema irrigado, o índice alcançado no Estado atingiu sete toneladas por hectare.
Embrapa vê possibilidade de multiplicação do trigo tropical no Cerrado (Foto de Wandell Seixas)
O presidente do Sindtrigo, Sérgio Scodro, teceu considerações sobre a evolução da triticultura e revelou que embora a produção estadual seja de 300 mil toneladas este ano, há moinhos com capacidade de moagem de 700 mil toneladas. A produção brasileira, em 2022, registrou 10,6 milhões de toneladas. O consumo nacional corresponde a 12 milhões de toneladas. O representante da Faeg, Ailton Vilela, anuncio que os goianos produzem 70% do trigo da região Centro-Oeste. O sistema mais comum no Planalto Central é o irrigado.
O agropecuarista André Louza vê com otimismo a perspectiva de crescimento tritícola na região. Inclusive, lembrou que Paulo Bonato, em Cristalina, no Entorno do DF, cultiva trigo irrigado. A BRS 264 se destacou pela precocidade e pela alta produtividade. Teve sucesso e recorde mundial de produtividade média diária em 2021 – 80,92 kg/ha/dia com ciclo de 119 dias, totalizando 9630 kg /ha ou 160,5 sc/ha. As variedades que nasceram no Cerrado são as BRS 254, 264, 404 e 394.
João Carlos Gouveia, do Sebrae, manifesta de maneira positiva para a triticultura praticada por pequenos e médios produtores. Há 130 variedades coletadas pela Embrapa Trigo. Os trabalhos de pesquisa visando à tropicalização do trigo no País forma intensificados na década de 80.
Segundo a Embrapa, a área propícia ao cultivo de trigo tropical é estimada em quatro milhões de hectares. Desses, l,5 milhão disponíveis para o cultivo irrigado e 2,5 milhões cultivo de sequeiro. O chefe geral da Embrapa Trigo conclui mencionando que “a melhoria gradual está nos levando ao objetivo”, ou seja, de produzir mais e melhor.
Os limitadores da expansão no Centro-Oeste são a brusone, a seca e calor, giberela e germinação na espiga. As possibilidades de expansão do trigo tropical estão representadas pela oferta ambiental, aceitação da transferência de tecnologia, soberania alimentar, competitividade e produtividade internacional, entre outros aspectos, concluiu Jorge Lamainski.
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