O secretário-geral da ONU, António Guterres, falou a jornalistas na última segunda-feira, 3 de outubro, sobre desastres naturais vistos nas últimas semanas, como o furacão Ian, na Flórida. Ele conversou com os correspondentes estrangeiros a pouco mais de um mês da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, marcada para 6 a 18 de novembro, em Sharm El Sheikh, Egito. Guterres destacou que ministros dos países participantes se reúnem esta semana em Kinshasa, na República Democrática do Congo, para debater os rumos da COP27.
Além deste valor, o secretário-geral afirmou que o mundo precisa de clareza dos países desenvolvidos sobre a entrega de US$ 100 bilhões por ano para apoiar a ação climática nos países em desenvolvimento. António Guterres voltou a dizer que as nações do G20 devem tomar a frente na liderança do debate e nos investimentos. Para ele, além dos países desenvolvidos, bancos multilaterais também devem agir para levantar os fundos para mitigação, adaptação e resiliência.
RetrocessosO chefe da ONU ressaltou que a “enquanto o caos climático galopa, a ação climática estagna”. Ele adicionou que “se vive uma luta de vida ou morte por nossa própria segurança hoje e nossa sobrevivência amanhã”. Para Guterres, não é hora de “acusar, apontar os dedos”, mas sim de buscar compromisso entre economias desenvolvidas e emergentes.
Na avaliação do líder da ONU, a guerra na Ucrânia tem atrasado a pauta climática e até mesmo no setor privado é possível observar retrocessos. Mas segundo ele, os impactos e o sofrimento causado pelos desastres climáticos estão acontecendo agora e, por isso, as decisões devem ser tomadas imediatamente.O chefe da ONU acredita que a falhar em agir levará a mais perda de confiança e mais danos climáticos, além de qualificar as ações como um “imperativo moral que não pode ser ignorado”.
Segundo Guterres, pequenos Estados insulares em desenvolvimento e outros países vulneráveis de renda média precisam de acesso a financiamento para adaptação e proteção de suas comunidades e infraestrutura. Ele afirma que em todas as frentes climáticas, a única solução é a solidariedade e a ação decisiva e apela aos líderes para que participem plenamente da COP27 e esclareçam as ações climáticas que serão implementadas em níveis nacional e global.
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