Preço do suíno atinge maior média do ano e exportações batem recorde em setembro
Menor oferta interna, demanda aquecida e alta nas exportações impulsionaram as cotações e Filipinas lideram as compras da carne suína brasileira

Exportações recordes e menor oferta interna impulsionaram os preços do suíno em setembro. Foto: Canva

O mercado de suínos registrou forte valorização em setembro de 2025, alcançando os maiores patamares do ano, de acordo com levantamento do Cepea. Mesmo com quedas pontuais na segunda quinzena, as médias mensais do suíno vivo subiram em todos os principais estados produtores. A menor oferta interna e o ritmo intenso das exportações impulsionaram esse movimento.
No Paraná, o quilo do suíno vivo foi negociado a R$ 9,01, alta de 5,7% em relação a agosto. Em São Paulo e Minas Gerais, as médias ficaram em R$ 8,71 e R$ 8,83 por quilo, respectivamente. Já no atacado paulista, a carcaça especial suína registrou aumento de 4,8%, chegando a R$ 13,46/kg — o maior valor do ano até o momento.
Exportações em alta histórica
Os embarques de carne suína in natura também atingiram volume recorde. De acordo com dados do Cepea, o Brasil exportou 150 mil toneladas em setembro, crescimento de 25% frente a agosto e 26% acima do registrado no mesmo mês de 2024. As Filipinas lideraram as compras, com 49 mil toneladas — o equivalente a 32,7% do total embarcado.
Além disso, com o avanço, o país consolidou-se como o terceiro maior exportador mundial de carne suína, atrás apenas da União Europeia e dos Estados Unidos. Os pesquisadores do Cepea projetam que, até o fim de 2025, o Brasil ultrapasse a marca inédita de 1,5 milhão de toneladas exportadas.
Cenário favorável ao produtor
Além da demanda externa aquecida, o setor também registrou uma melhora significativa nas condições de mercado. A relação de troca entre o suíno vivo e o farelo de soja atingiu o melhor nível em mais de 20 anos. Em Campinas (SP), a venda de um quilo de suíno permitiu a compra de 5,57 quilos de farelo, o maior índice desde 2004. A queda no preço do insumo — reflexo do aumento da oferta de soja moída — contribuiu para melhorar o poder de compra do suinocultor.
De acordo com o Cepea, esse contexto deve manter o setor otimista no curto prazo, com expectativa de margens mais confortáveis e continuidade do bom desempenho nas exportações.
