No Brasil, negociações seguem lentas e prêmios variam conforme prazos e regiões
As cotações da soja em Chicago operam com leves ganhos na manhã desta terça-feira (17), com o contrato julho cotado a US$ 10,72 por bushel. Após avanços de até seis pontos nas posições mais longas no pregão anterior, o mercado tenta consolidar um novo piso, mirando os US$ 11,00.
Um dos principais destaques foi o forte avanço nos preços do óleo de soja, que dispararam quase 9% ontem. De acordo com a Granoeste Corretora, esse movimento reflete dois fatores principais: a tensão geopolítica entre Irã e Israel, que dá suporte ao petróleo, e a ampliação de programas de energia alternativa nos EUA, com maior uso de biocombustíveis.
Nos campos do Meio-Oeste americano, o plantio está praticamente encerrado. Segundo boletim do USDA divulgado ontem, 93% da área total já foi semeada, índice semelhante ao registrado em 2023 (92%) e muito próximo da média histórica (94%). O clima segue favorável, embora o relatório indique queda de dois pontos percentuais na qualidade das lavouras em relação à semana anterior. As áreas classificadas como boas ou excelentes somam agora 66%, ante 70% no mesmo período de 2023. Já os índices de lavouras regulares e ruins/péssimas são de 27% e 7%, respectivamente.
Outro fator de suporte vem do esmagamento industrial. De acordo com a NOPA, o volume processado em maio foi de 5,25 milhões de toneladas, acima dos 5,0 milhões registrados em abril. Apesar disso, os estoques de óleo de soja caíram para 0,62 milhão de toneladas, abaixo das expectativas e inferior ao volume de 0,78 milhão registrado em maio do ano passado.
No mercado doméstico, os negócios seguem travados. Os prêmios nos portos variam entre 75 e 90 centavos de dólar por bushel no spot. No oeste do Paraná, as indicações de compra giram entre R$ 126,00 e R$ 130,00 por saca, enquanto em Paranaguá os valores vão de R$ 137,00 a R$ 142,00, dependendo do prazo de pagamento e do local de embarque.