Problemas com escoamento, capacidade de armazenagem e custos logísticos continuam travando a comercialização da soja no Brasil
De acordo com a TF Agroeconômica, a comercialização da soja segue enfrentando obstáculos em diversos estados do país, com destaque para os gargalos logísticos e limitações de armazenagem. No Rio Grande do Sul, a estiagem reduziu a produtividade, forçando os produtores a renegociar dívidas e a considerar redução na área plantada para a próxima safra. A estrutura de armazenagem está sob pressão, e os preços subiram apenas pontualmente no porto de Rio Grande.
Em Santa Catarina, o mercado segue lento. A queda nos prêmios de exportação e os preços internacionais mais baixos exigem estratégias de armazenamento por parte dos produtores. A limitação estrutural nas regiões do Planalto Norte e o crescimento da produção de inverno agravam a situação. Linhas de crédito com juro zero para agricultura familiar, dentro do Plano Safra, foram anunciadas como medida de alívio.
No Paraná, apesar de uma safra encerrada com alta produtividade, os custos logísticos e a falta de estrutura de armazenagem têm dificultado as vendas. A disparidade entre preços no porto e no interior continua sendo um desafio para os produtores.
Em Mato Grosso do Sul, o bom desempenho da colheita esbarra em deficiências na infraestrutura de armazenagem, forçando vendas antecipadas e limitando a rentabilidade. Já no Mato Grosso, os produtores convivem com margens apertadas, fretes elevados e déficit estimado em 45 milhões de toneladas na capacidade de estocagem. As críticas ao Plano Safra 2025/26 reforçam a necessidade de investimentos urgentes.
No MATOPIBA, a colheita foi positiva, mas gargalos logísticos e longas filas de descarregamento pressionam o escoamento. A melhoria dos portos do Arco Norte e o vazio sanitário reforçam o compromisso com a sustentabilidade, mas ainda faltam investimentos estruturais.
Em Goiás, a comercialização ocorre de forma moderada. Os produtores se preparam para um aumento nos custos da próxima safra, principalmente em fertilizantes e defensivos. A ausência de cotações recentes e o vazio sanitário em vigor também influenciam o ritmo de negociações.
A TF Agroeconômica destaca que, apesar dos avanços regionais, os desafios logísticos continuam sendo o principal entrave à fluidez do mercado nacional de soja.