Mesmo com exportações firmes, boi recua com maior oferta, frango sofre impacto de embargos e suínos se destacam com custos menores
De acordo com o Agro Mensal, relatório da Consultoria Agro do Itaú BBA, o setor de proteínas animais apresentou cenários distintos em maio. O boi gordo foi pressionado pela oferta elevada, o frango enfrentou impactos iniciais da gripe aviária e os suínos mantiveram margens favoráveis.
O boi gordo recuou cerca de 5% no mês, sendo negociado a R$ 300/@ em SP no dia 21. A boa oferta, típica da safra, e a queda das carcaças no mercado interno pressionaram os preços. Já o bezerro valorizou, dificultando a reposição.
As exportações de carne bovina seguem firmes: 242 mil t em abril (+16% a/a) e alta de 13% no acumulado do ano. No MT, o abate de fêmeas cresceu 6% de jan a abr. Apesar das margens favoráveis ao confinamento, o IMEA projeta queda de 7,65% na intenção de confinamento frente a abril/24.
No frango, o custo caiu com o milho mais barato e os preços seguiram firmes. O frango congelado em SP teve média de R$ 8,67/kg até 21/mai. O spread chegou a 45%, contra 38% em mai/24. A gripe aviária no RS já gerou embargos totais de mais de 20 países — China, UE e Filipinas entre eles. O setor espera regionalização das restrições, mas as exportações de junho devem ser afetadas.
Na suinocultura, o cenário foi positivo. O suíno vivo subiu 2% em SP, para R$ 8,60/kg, e os custos caíram 3%. O spread subiu para 24%, cerca de R$ 250 por cabeça terminada. Os abates cresceram 1,4% e a produção de carne, 1,9%. As exportações foram recorde em abril (111 mil t, +14% a/a) e acumulam alta de 17% no ano.