Apesar da boa oferta de animais, ritmo forte de embarques garante valorização da arroba e margens positivas no mercado interno
O mercado do boi gordo iniciou abril com valorização nas cotações e ritmo acelerado nas exportações. Em São Paulo, os preços passaram de R$ 310/@ no fim de março para R$ 326/@ na primeira quinzena de abril. Já o bezerro, no Mato Grosso do Sul, atingiu R$ 2.825 por cabeça, refletindo a firmeza do mercado.
Mesmo com boa oferta de animais terminados, especialmente no Mato Grosso — onde os abates chegaram a 547 mil cabeças em março — o volume exportado tem sido suficiente para sustentar os preços. Segundo o Agro Mensal, relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, as exportações cresceram 11,4% no primeiro trimestre frente ao mesmo período de 2024, com destaque para os embarques à China, Estados Unidos e Chile.
Internamente, os frigoríficos mantêm margens positivas. O spread médio no início de abril foi de 6,9%, puxado pelos bons preços da carne no atacado. As projeções para o segundo semestre indicam preços ainda mais elevados, com contratos futuros refletindo expectativa de oferta mais enxuta.
Mesmo com a imposição de tarifas extras pelos EUA, a carne bovina brasileira segue competitiva no mercado internacional. Há, inclusive, possibilidade de expansão para novos destinos, como Japão e Coreia do Sul, em função de um eventual redirecionamento da oferta americana.