Frigoríficos do Paraná ganham autorização para exportar carne bovina e carne suína ao Chile após reconhecimento de status sanitário
O Chile reconheceu oficialmente o Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação e de peste suína clássica. A decisão, publicada no diário oficial chileno, abre caminho para que os frigoríficos paranaenses exportem carne bovina e carne suína ao mercado chileno. Isso se torna possível graças ao sistema de pre-listing de exportações, que facilita o acesso ao comércio internacional.
Esse avanço resulta não apenas do fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países, mas também da eficiência da defesa agropecuária brasileira. Em abril, durante a visita de Estado do presidente chileno, Gabriel Boric, a medida já havia sido anunciada de forma preliminar. Na ocasião, os governos formalizaram ainda a abertura do mercado brasileiro para o mel chileno, como parte de uma cooperação recíproca.
Além do Paraná, outras regiões brasileiras também avançam no processo de habilitação para exportar carne bovina e carne suína. Os estados do Acre e de Rondônia já concluíram auditorias sanitárias, e agora aguardam avaliação final das autoridades técnicas chilenas. Caso sejam aprovados, novas áreas produtoras poderão ter acesso ao mercado chileno em breve.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou a relevância estratégica da decisão. Segundo ele, trata-se de uma oportunidade concreta para ampliar mercados, gerar empregos e valorizar o trabalho dos produtores brasileiros. Além disso, ele ressaltou que essa conquista reforça o empenho do governo federal em estreitar parcerias internacionais e impulsionar as exportações do agronegócio.
Por sua vez, o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, afirmou que o reconhecimento do Chile representa um avanço expressivo. Isso porque reafirma a credibilidade do sistema sanitário brasileiro e consolida o compromisso do país com os mais altos padrões de qualidade e biossegurança. Portanto, a medida fortalece ainda mais a imagem do Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, classificou o reconhecimento como uma conquista histórica. Ele lembrou que o Paraná concentra cerca de 20% da produção nacional de carne suína. Como o Chile é um dos principais destinos dessa proteína, a medida traz impactos positivos não apenas para o setor, mas também para a economia estadual.
Durante a missão oficial do Chile ao Brasil, o ministro da Agricultura chileno, Esteban Valenzuela, reforçou a importância da cooperação entre os dois países. De acordo com ele, os governos seguem empenhados em fortalecer o comércio agropecuário bilateral. Como parte desse esforço, foi assinado um Acordo de Cooperação para implementar a Certificação Eletrônica (e-Cert Veterinário), que deve agilizar e tornar mais segura a exportação de produtos de origem animal.
Além disso, o Chile já manifestou interesse em ampliar as compras de carne de outras unidades federativas brasileiras, desde que atendam às exigências fitossanitárias exigidas pelo Serviço Agrícola e Pecuário (SAG) chileno.