Condenação de Bolsonaro aumenta tensões entre Brasil e EUA e provoca reação americana
A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão gerou reação imediata nos Estados Unidos. Donald Trump declarou estar "surpreso" e "descontente" com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), traçando paralelos entre sua própria trajetória política e a de Bolsonaro.
"Eu assisti ao julgamento. Eu o conheço muito bem. Ele era um bom presidente do Brasil. É muito surpreendente que isso tenha acontecido, parecido com o que tentaram fazer comigo", disse Trump em entrevista a jornalistas.
O desfecho do julgamento pode aumentar ainda mais as tensões bilaterais entre Washington e Brasília.
Logo após o julgamento, o secretário do Departamento de Estado, Marco Rubio, confirmou que os Estados Unidos devem adotar uma resposta "adequada". Embora não tenha detalhado ações, ele classificou a decisão como "caça às bruxas" e criticou Alexandre de Moraes e outros ministros do STF nas redes sociais.
"As perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes continuam. Ele e outros membros do STF decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro", afirmou Rubio.
O Itamaraty rebateu as declarações de Rubio, afirmando que elas "atacam as autoridades brasileiras e ignoram fatos e contundentes provas dos autos".
De acordo com a nota publicada no X, "o Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa. As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo".
O órgão também ressaltou que o país continuará a defender sua soberania: "Continuaremos a defender a soberania do País de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem".