Evento da Adapar no Oeste do Paraná reforça combate à raiva em herbívoros
Evento em Cascavel destaca ações educativas, integração com produtores e novas medidas de controle

Adapar reforça combate à raiva em herbívoros com mobilização e ações educativas no Oeste do Paraná. Foto: Germano Busato/Adapar

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) realizou, nesta quinta-feira (2), um evento em Cascavel, no Oeste do Estado. A ação reuniu lideranças estaduais, gestores municipais e técnicos da saúde animal. O encontro, sediado na Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop), destacou a mobilização contra a raiva em herbívoros e celebrou as iniciativas da agência na região.
Educação e aproximação com os produtores
O chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, explicou que o principal objetivo é aproximar a defesa agropecuária da comunidade. Segundo ele, a agência busca sensibilizar os produtores e ampliar o diálogo sobre o enfrentamento da doença.
“Não queríamos apenas publicar uma portaria e impor regras de Curitiba. Por isso, resolvemos fazer uma campanha educativa, visitando escolas, faculdades e prefeituras para explicar o que está acontecendo. Isso é algo inédito”, afirmou.
O diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, reforçou que o envolvimento da sociedade é essencial. “Precisamos chamar todos os setores para entender os desafios que enfrentamos, como o caso da raiva. Dentro do conceito de saúde única, a conversa precisa chegar a diferentes camadas da sociedade”, destacou.
Representando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Cesar Pian elogiou a iniciativa. “A educação sanitária e a conscientização não diminuem a responsabilidade da fiscalização. Pelo contrário, representam uma transformação na forma de enfrentar os problemas”, avaliou.
Situação da raiva e novas medidas
Durante o encontro, técnicos da Adapar apresentaram informações sobre a raiva, seus impactos e os métodos de diagnóstico. A chefe da Divisão de Raiva dos Herbívoros, Elzira Pierre, e o chefe do Departamento de Laboratórios, Rubens Chaguri de Oliveira, destacaram a importância da vacinação e das ações de mitigação da doença.
Além disso, secretários municipais de Agricultura reforçaram a necessidade de manter a mobilização contínua. Eles ressaltaram que o alinhamento entre os municípios é fundamental para reduzir os focos e proteger os rebanhos.
A mobilização ocorre logo após a publicação da Portaria nº 368/2025, que tornou obrigatória a vacinação contra a raiva em 30 municípios do Oeste. Os produtores têm seis meses para se adequar à nova regra. A medida foi adotada devido ao aumento dos casos registrados na região.
Em 2024, o Paraná confirmou 227 focos da doença, sendo mais da metade em Cascavel e Laranjeiras do Sul. Já até setembro de 2025, foram contabilizados 170 focos em 41 municípios, 88 deles no Oeste. Assim, a proximidade com o Parque Nacional do Iguaçu e o crescimento do número de pessoas expostas a animais suspeitos reforçaram a necessidade da medida.
Projeto Adapar Educa a Campo
O evento também apresentou o projeto-piloto Adapar Educa a Campo, que tem foco no enfrentamento da raiva dos herbívoros. A proposta busca aproximar a defesa agropecuária da comunidade por meio da educação sanitária. Além disso, o projeto envolve produtores, veterinários, estudantes e agentes públicos em ações de orientação e prevenção.
A expectativa é expandir o programa para outras áreas da defesa agropecuária, fortalecendo, assim, a integração entre a Adapar e a sociedade.
Doença sem cura e risco à saúde humana
A raiva é uma zoonose grave que ameaça rebanhos e pessoas. Transmitida principalmente por morcegos hematófagos, a doença não tem cura após o início dos sintomas. Portanto, a vacinação é a principal forma de prevenção.
A Adapar reforça que casos suspeitos devem ser notificados imediatamente. Dessa forma, a agência segue atuando para preservar a sanidade dos rebanhos, reduzir as perdas dos produtores e proteger a saúde pública.
