Crédito para investimento agrícola avança 26% em MS em novembro
Produtores de Mato Grosso do Sul ampliaram investimentos em novembro, impulsionados pelo uso de crédito fora das linhas oficiais do Plano Safra
Dados do Banco Central mostram aumento expressivo dos investimentos agropecuários em Mato Grosso do Sul. Foto: Envato
A modalidade de investimento agropecuário movimentou R$ 234,5 milhões em novembro em Mato Grosso do Sul. Desse total, R$ 136,8 milhões foram destinados à atividade agrícola, o que representa crescimento de 26% em relação ao mesmo período de 2024. Os dados constam no Boletim de Crédito Rural da Aprosoja/MS, divulgado nesta semana com base em informações do Banco Central.
Apesar do avanço, os produtores recorreram majoritariamente a operações fora dos programas oficiais de crédito rural. Ao todo, cerca de R$ 138,4 milhões vieram de contratos sem fomento governamental. Esse movimento, portanto, reforça um cenário de maior seletividade e restrição no acesso ao crédito oficial.
Crédito livre avança diante das limitações do Plano Safra
Segundo o economista da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes, o aumento do volume de crédito para investimento fora das linhas oficiais ocorre, principalmente, em função da limitação de recursos e das dificuldades de acesso às linhas equalizadas do Plano Safra. Além disso, a necessidade de manter os investimentos levou muitos produtores a buscar alternativas no mercado financeiro.
Nesse contexto, o crédito livre oferece maior agilidade na contratação. No entanto, ele também impõe taxas de juros mais elevadas, o que amplia o custo financeiro das operações. Assim, o movimento reflete um ambiente de crédito mais restritivo e seletivo, tanto para produtores quanto para instituições financeiras.
Armazenagem lidera uso das linhas programadas
Entre os programas oficiais, o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) concentrou aproximadamente R$ 36,3 milhões em novembro. Além disso, os produtores também acessaram linhas como ABC/RenovAgro, Pronaf Investimento e Pronamp ao longo do mês.
Esses investimentos demonstram uma estratégia voltada à mitigação de gargalos logísticos. Ao mesmo tempo, eles contribuem para reduzir a dependência de terceiros e fortalecer o poder de negociação na comercialização da safra. Ainda assim, o desempenho positivo do investimento não se repetiu nas demais modalidades de crédito.
No comparativo anual, as operações de custeio registraram queda de 29%, enquanto as de comercialização recuaram 43%. Dessa forma, os números evidenciam uma postura mais cautelosa dos produtores em relação ao financiamento da produção e à venda antecipada da safra.
