INÍCIO AGRICULTURA Commodities

Crise não está nos Fiagros, mas sim nas gestoras

No agro, se você não tem um modelo de originação escalável e assertivo atrelado à tecnologia na esteira de crédito, a probabilidade de incorrer em seleção adversa de um Fiagro é muito grande, diz José Corral, CEO da Creditares
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- Especial para Rural News
Publicado em 12/04/2024

Muito tem se falado sobre uma eventual crise na indústria dos Fundos de Investimentos em Cadeias Agroindustriais (Fiagros), com alguns deles registrando desvalorização de suas cotas neste primeiro trimestre. No entanto, José Corral, CEO da Creditares, agrofintech que em cerca de dois anos de operação já aprovou mais de R$ 420 milhões em crédito para o produtor rural e que ensaia o lançamento de seu primeiro Fiagro, tem um ponto de vista diferente.

Segundo o executivo, notícias de perdas de rentabilidade de alguns Fiagros estão relacionadas apenas há alguns fundos, lastreados, em particular em grãos, que passam por uma conjuntura desafiadora de quebra de safra combinada ao achatamento das cotações. Todavia, explica Corral, isso não significa que haja um problema estrutural do modelo - muito pelo contrário - já que os Fiagros são exemplo de um instrumento de sucesso de conexão do agro com fontes privadas e o mercado de capitais. Tanto que, os Fiagros registraram alta de 103% no ano passado, com o patrimônio líquido dos papéis saltando de R$ 10,5 bilhões (dez/22) para R$ 21,3 bilhões (dez/23). Os números são do mais recente boletim CVM Agronegócio, elaborado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo Corral,
Segundo Corral,

Pouca tecnologia

“A suposta crise não está nos Fiagros, mas sim em algumas gestoras de fundos”, pontua o executivo, que esclarece: “Algumas gestoras de crédito que levantaram seus Fiagros não têm um modelo de originação de ativos assertivo e escalável. Além disso, utilizam pouca tecnologia nas suas esteiras de crédito”.
Algumas gestoras de crédito que levantaram seus Fiagros não têm um modelo de originação de ativos assertivo e escalável
José Corral, CEO da Creditares
“Uma gestora de crédito consegue, por exemplo, ter originação e alocação consistentes em outros segmentos da economia, como o imobiliário, a partir de uma estrutura enxuta de analistas sediados na Faria Lima, mas no agronegócio isso é diferente”, observa Corral. “No agro, se você não tem um modelo de originação escalável e assertivo atrelado à tecnologia na esteira de crédito, a probabilidade de incorrer em seleção adversa é muito grande”, complementa o executivo que criou o modelo de Agro Bankers no Brasil - agentes autônomos focados em crédito para o agro que já conta com mais de 40 escritórios credenciados em 13 estados.

O agro como sabemos é cíclico, lembra Corral, acrescentando que “se os grãos passam por um momento desfavorável de receita, a safra de cana 2023/24, que se encerrou agora em março, por exemplo, foi uma das melhores da história”.
Além dessa rede de originação, os Agro Bankers, a Creditares também entrega ao mercado, por meio de sua plataforma Agro Open Bank, uma plataforma tecnológica de análise de risco de crédito para o agro, já utilizada por grandes empresas. “Essa combinação foi responsável pela originação de uma carteira de crédito com inadimplência zero para instituições financeiras parceiras.”


Sobre o autor

Ronaldo Luiz é jornalista, com mais de 20 de trajetória no agronegócio. É editor dos Portais Uagro/DATAGRO, repórter especial da revista Plant Project, do site CenárioAgro e apresentador do talk show digital AgroPapo. É ainda colunista no Jornal Mato Grosso no Ar, distribuído para mais de 60 rádios de Mato Grosso, bem como do Portal RuralNews. Administra o grupo SouAgro no LinkedIn, que conta mais de 60 mil participantes. É proprietário da agência ComResultado - www.comresultado.com.br.
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