Diante dos recentes roubos em outros Estados, entidade pede à Polícia Militar medidas preventivas durante a colheita de café no Paraná
Devido aos recentes casos de roubo de café em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, impulsionados pelo alto preço do produto, o Sistema FAEP enviou um ofício ao Comando Geral da Polícia Militar do Paraná solicitando reforço no policiamento das principais regiões produtoras do Estado. A preocupação dos cafeicultores paranaenses vai além dos prejuízos econômicos, abrangendo também a segurança de produtores e trabalhadores rurais.
No documento, o Sistema FAEP pede medidas preventivas para os meses de junho, julho e agosto, período de maior movimentação na colheita do café no Paraná. O pedido inclui ações dentro do Programa Patrulha Rural Comunitária 4.0 para evitar roubos de cargas e do próprio café nas lavouras, especialmente nos principais municípios produtores do Estado.
Para o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, a atenção deve ser redobrada neste momento.
“Não podemos esperar que os crimes se espalhem para agir. O produtor rural precisa se sentir protegido, principalmente durante a colheita, quando há maior circulação de pessoas e mercadorias”, afirma.
Segundo o chefe da Coordenadoria de Patrulha Rural Comunitária da Polícia Militar do Paraná (PMPR), Major Íncare Correa de Jesus, a prevenção é a melhor estratégia. “Não termos casos no Paraná é resultado do engajamento da comunidade rural. Os produtores entendem a importância de agir antes que os crimes cheguem”, destaca.
O major ressalta que as reuniões com sindicatos rurais têm ampliado o alcance das orientações de segurança, o que elevou o número de propriedades cadastradas na Patrulha Rural Comunitária, de 12 mil no ano passado para 23 mil este ano.
Para os próximos meses, o major orienta que qualquer movimentação suspeita — como pessoas estranhas, visitas não combinadas ou propostas de compra fora do padrão — deve ser imediatamente comunicada à Patrulha Rural. Caso ocorra invasão ou danos, como arrombamento de galpões ou rompimento de cercas, o contato rápido com a equipe também é essencial. “Após o registro do Boletim de Ocorrência, a Patrulha Rural avalia o local, identifica falhas e orienta o produtor sobre medidas preventivas”, explica.
Com apoio do Sistema FAEP, o governo do Estado lançou uma cartilha digital com orientações práticas para reduzir riscos de furtos, roubos e invasões no meio rural. O material apresenta desde mudanças de comportamento até melhorias estruturais, como reforço de cercas, portões, iluminação e edificações.
Além disso, o Sistema FAEP incentiva os produtores a se cadastrarem no Programa Patrulha Rural Comunitária 4.0, uma parceria com a Polícia Militar do Paraná. O cadastro inclui a propriedade na rota de monitoramento da PMPR, facilitando o atendimento em emergências e ampliando a presença policial nas áreas rurais.
“A participação do produtor é fundamental para fortalecer a proteção no campo. Com o cadastro, a comunicação com a Patrulha Rural fica mais rápida e as ações preventivas se tornam mais eficazes”, reforça o Major Íncare Correa de Jesus.
Em fevereiro, a saca de 60 quilos do café arábica atingiu o maior preço já registrado: R$ 2.769, segundo dados do Cepea/Esalq.
Atualmente, o valor segue alto, perto de R$ 2,5 mil. Essa valorização atraiu criminosos que voltaram a roubar o produto diretamente das plantações, cortando galhos carregados e levando-os embora — uma prática que parecia extinta e foi registrada em Estados do Sudeste.