Revisão considera recuperação do arábica com chuvas em abril e avanço expressivo no conilon
Apesar das expectativas iniciais de queda, representantes da illycaffè avaliam que a safra de café arábica do Brasil em 2025 não deve recuar de forma tão acentuada. Eles destacam que as chuvas registradas em abril podem ter favorecido a recuperação dos frutos, ainda que a presença de grãos chochos mereça atenção.
A consultoria Safras e Mercado revisou para cima sua estimativa para a produção brasileira de café na safra 2025/26, projetando um total de 65,51 milhões de sacas de 60 quilos. O volume representa um aumento de quase 5% em relação à projeção anterior e indica uma queda de apenas 1% frente à safra passada. A expectativa atual contempla 40,46 milhões de sacas de café arábica, o que representa uma retração anual de 11%, e 25 milhões de sacas de conilon (robusta), com crescimento de 20% na comparação com o ciclo anterior.
No segundo levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a previsão para a safra brasileira de café 2025/26 ficou em 55,68 milhões de sacas, sendo 36,98 milhões de arábica e 18,7 milhões de conilon.
No cenário internacional, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou, na última sexta-feira (9), que a produção de café 2025/26 em Honduras — maior produtor de arábica da América Central — deve crescer 5,1%, totalizando 5,8 milhões de sacas.
Com as projeções de oferta mais favoráveis e o recuo do dólar frente ao real nesta segunda-feira, após o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e China para redução de tarifas, os preços na Bolsa de Nova York operavam em queda por volta das 12h20 (horário de Brasília).
No contrato de maio/25, o arábica recuava 65 pontos, sendo negociado a 397,15 cents/lbp. Para julho/25, a queda era de 1.395 pontos, com cotação de 373,80 cents/lbp. Em setembro/25, o recuo era de 1.320 pontos, com o café valendo 369,25 cents/lbp, e, para dezembro/25, a desvalorização era de 1.240 pontos, com preço de 362,65 cents/lbp.
No mercado de robusta, os contratos também registravam perdas:
Maio/25: queda de US$ 146, a US$ 5.055/tonelada
Julho/25: recuo de US$ 154, cotado a US$ 5.072/tonelada
Setembro/25: baixa de US$ 148, a US$ 5.033/tonelada
Novembro/25: desvalorização de US$ 142, negociado a US$ 4.980/tonelada