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Dia Mundial do Café é marcado pelo alto preço da bebida em 2025

O produto é afetado por fatores climáticos, econômicos e logísticos e a saca de 60kg chega a ser cotada a mais de R$ 2.400,00

Foto do autor Redação RuralNews
14/04/2025 |

Tradicionalmente celebrado no dia 14 de abril, o Dia Mundial do Café chega em um momento amargo para o bolso do consumidor e de extrema dificuldade para o produtor. O tradicional cafezinho, presente na rotina de milhões de brasileiros, tem registrado altas expressivas. A saca de 60kg do café arábica estava cotada a R$ 2.438,00, segundo o CEPEA, no dia 11/04.

Já nos supermercados, para o consumidor, o cenário não é diferente. Em Curitiba, por exemplo, o preço subiu 13,28% entre fevereiro e março, segundo levantamento do Dieese. Em alguns pontos de venda, meio quilo do produto já beira os R$ 30.

Para entender as causas desse encarecimento, é preciso olhar para uma combinação de fatores. O professor de Economia e Finanças da FAE Centro Universitário, Luis Antonik, explica que a escalada dos preços tem origem em questões climáticas, logísticas e econômicas.

No campo, o impacto do clima tem sido um dos principais vilões. O Brasil, maior produtor de café arábica do mundo, vem enfrentando secas e geadas desde 2021 — fenômenos que afetaram a produtividade, especialmente em Minas Gerais e São Paulo. Em 2024, novamente, as lavouras desses estados foram prejudicadas, reduzindo a oferta do grão.

A seca também atingiu importantes produtores no exterior. No Vietnã, maior exportador de café robusta, a produção caiu 20% no último ano, o que agravou ainda mais o desequilíbrio entre oferta e demanda global.

Outro fator que pressiona os preços é o câmbio. Com o dólar valorizado — passou de R$ 4,85 no início de 2024 para R$ 6,18 em dezembro, uma alta de mais de 27% —, os produtores brasileiros optam por exportar, já que recebem em moeda estrangeira. Com isso, menos café fica disponível no mercado interno, o que contribui para a alta nos preços praticados aqui.

Para 2025, as previsões também não são otimistas. A produção nacional deve recuar para 26,5 milhões de sacas, frente às 27 milhões registradas no ciclo anterior, novamente devido ao tempo seco em regiões produtoras.

Além disso, gargalos logísticos têm influenciado o mercado. A falta de contêineres, os atrasos nos portos e os impactos da guerra no Mar Vermelho elevaram os custos de transporte e geraram incertezas sobre a oferta global, o que fez os preços internacionais subirem.

Do lado da produção, insumos como fertilizantes, defensivos e energia também ficaram mais caros, obrigando os produtores a repassar parte desses custos para o consumidor final. E, para completar o cenário, a demanda por café não para de crescer. Países como China e Índia vêm ampliando o consumo, especialmente entre os mais jovens. "Com mais gente consumindo e menos produto disponível, os preços naturalmente sobem", resume Antonik.

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#café
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Editor RuralNews
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