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A reincidência da Gripe Aviária no Brasil: um alerta contínuo à sanidade animal e à economia

Paula Cristiane Oliveira Braz*

Em um artigo escrito por mim em 2023, relatei um episódio preocupante de Gripe Aviária no Paraná, originado em aves silvestres, que trouxe impactos severos à indústria avícola regional e colocou em evidência a fragilidade de nossas políticas de biossegurança. Agora, em 2025, os mesmos temores voltam à tona com novos registros da doença no país. A recorrência do problema não apenas reforça a gravidade da ameaça, como expõe as deficiências estruturais no enfrentamento dessa crise sanitária.

Recentemente, o Ministério da Agricultura confirmou dois novos focos de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em aves silvestres no Brasil, elevando o total de casos para 154 desde 2023. Além disso, seis casos estão sob investigação, com amostras já coletadas e aguardando confirmação laboratorial. Dois desses casos envolvem granjas comerciais no Tocantins e em Santa Catarina, enquanto os demais ocorrem em criações domésticas e de subsistência no Mato Grosso, Ceará, Sergipe e Rio Grande do Sul, onde medidas sanitárias já estão em curso para conter a disseminação do vírus.

A gripe aviária representa uma ameaça contínua à avicultura brasileira, uma das maiores do mundo. A detecção do vírus em aves silvestres e de subsistência, embora não afete diretamente o status do Brasil como país livre da doença perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), gera preocupações quanto à possibilidade de disseminação para criações comerciais. Isso poderia impactar negativamente as exportações e a economia nacional.

Diante desse cenário, é fundamental reforçar as medidas de biossegurança nas granjas avícolas, intensificar o monitoramento de aves migratórias e promover a colaboração entre autoridades governamentais, produtores, pesquisadores e organizações internacionais. A detecção precoce de casos suspeitos, o isolamento e o abate sanitário de aves infectadas são estratégias essenciais para conter a propagação do vírus.

Além disso, é crucial investir em pesquisa científica e capacitação técnica para compreender melhor a biologia do vírus e desenvolver métodos avançados de detecção e controle. A disseminação de conhecimentos sobre biossegurança entre os produtores avícolas também desempenha um papel vital na prevenção da doença.

A abordagem integrada, que envolve governos, produtores, pesquisadores e a sociedade como um todo, é necessária para lidar com os desafios impostos pela gripe aviária. A prevenção, a colaboração, o compartilhamento de informações e o investimento em pesquisa e capacitação são pilares fundamentais para enfrentar essa ameaça e minimizar seus impactos na indústria avícola e na economia regional.

Em resumo, a reincidência da gripe aviária no Brasil em 2025 serve como um alerta para a necessidade de vigilância constante e ações coordenadas para proteger a saúde animal, humana e a segurança alimentar do país.

* aula Cristiane Oliveira Braz é administradora, especialista em agronegócio.

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#Reincidência
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Editor RuralNews
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