A oferta de chocolates ao consumidor em supermercados, padarias e mercearias ganha, a cada ano, novos concorrentes para a indústria do segmento. Depois do avanço da produção caseira, a partir de 1980, e das estratégias de vendas com o uso de imagens de personagens da televisão, de 1990 para cá, agora é a hora dos fabricantes que também produzem, selecionam, torram e preparam as receitas do cacau que utilizam.
Estas práticas compõem uma tendência mundial porque mais os consumidores procuram por alimentos menos processados, em busca de vida saudável.
A chef gourmet Elliana Giartone diz que alimentos produzidos com ingredientes mais puros e de origem conhecida dão mais garantia a quem consome.
"No caso dos chocolates, hoje é muito importante saber de onde vêm cada item usado numa receita, desde o cacau até a embalagem", disse.
Segundo Elliana, as "exigências" de consumidores incluem a verificação de detalhes, como: a origem dos grãos. "Hoje, o consumidor de produtos mais finos, mais bem elaborados, quer saber, por exemplo, se um determinado item de uma receita, de um produto, saiu de uma área desmatada, se o fabricante tem envolvimento com trabalho escravo ou se o trabalho inclui a exploração de crianças", disse.
Selo de qualidade
A preferência por chocolates com indicação geográfica tem sido uma oportunidade para os pequenos produtores que possuem selo de qualidade reconhecido pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Isto garante amêndoas de alta qualidade, reputação e tradição no cultivo e manejo.
No Brasil, quatro associações, da Bahia, Rondônia, Espírito Santo e Pará são reconhecidas pelo INPI para emissão do selo
Apesar desta concorrência e da alta de preços do cacau no mercado internacional, que deu um salto de US$ 4 mil para US$ 6 mil a tonelada, fabricantes de chocolates estão prevendo aumento de 4,5% nas vendas, na Páscoa deste ano.