Segundo dados da consultoriaenbsp;hEDGEpoint Global Markets, a produtividade da cana atingiu valores altíssimos em maio e corrigiu pouco em junho, permanecendo em 91 t/ha. Deve-se considerar que há uma participação maior de cana mais jovem, conforme aponta a Unica, sendo possível manter um ganho moderado nos próximos meses.
Considerando a melhora esperada do clima, o ATR também pode ser maior do que o previsto anteriormente, em 139,5kg/t. Tendo uma disponibilidade adicional de 2Mt, o CS contribui diretamente para suavizar os fluxos comerciais. “Além disso, as previsões de chuvas secaram para agosto, o que significa que a região pode não enfrentar tantos problemas quanto o previsto anteriormente, pelo menos na primeira quinzena. As perspectivas de precipitação próximas à média nos deixam um pouco mais otimistas em relação ao ATR”, afirma Lívea Coda, analista de açúcar e etanol da hEDGEpoint Global Markets.
“Nossos modelos sugerem que o TCH deve encerrar a safra em 81,3 t/ha. Com um aumento de área de 1,3%, seria possível moer 616,4Mt de cana”, ressalta a analista. De acordo com Lívea Coda, embora o mercado esteja discutindo 620Mt+, “para chegar a esse número tudo precisa correr de forma muito próxima à perfeição – e sempre optamos por permanecer conservadores. Com chuvas médias, o que significa maior precipitação do que nos últimos 3-4 anos, as usinas ainda podem enfrentar algumas dificuldades em manter o ritmo acelerado.”
“Em relação ao ATR, também revisamos para 139,5 kg/t. Embora a moagem esteja acelerada e com alguma florada, o clima tem contribuído para os resultados recentes e deve continuar assim nos próximos meses. Portanto, nossos 137,7 kg/t anteriores ficaram ultrapassados. O único valor inalterado continua sendo o mix de açúcar, em 48%”.
Lívea Coda, analista de açúcar e etanol da hEDGEpoint Global Markets
Somando todas as mudanças, a produção de açúcar para 23/24 da hEDGEpoint Global Markets aumentou quase 2Mt, de 37,6 para 39,4Mt. Essa adição, segundo a empresa, foi direcionada para as exportações diretamente, aumentando significativamente a disponibilidade no T3/23 e T4/23 e contribuindo para aliviar a redução do Hemisfério Norte no T1/24. “Observe que, como nossa estimativa de produção de açúcar 24/25 CS é altamente dependente das expectativas para 23/24, a atualização recente também aumentou a produção do próximo ano, contribuindo com maior disponibilidade durante o restante de 2024”, diz.
O etanol continua lutando uma batalha perdida e, apesar de termos revisado nosso crescimento do Ciclo Otto para 5,5%, a participação do biocombustível continua reduzida em relação aos anos anteriores. As vendas de hidratado ainda estão abaixo da média e dos resultados do ano anterior, enquanto o anidro se beneficia do maior consumo de gasolina.
No final das contas, o mercado já está discutindo números maiores de cana para o Brasil, e as evidências apontam nesse sentido. Mais uma vez, o Brasil pode ser o fator baixista para os preços, já que está quase suportando a redução de disponibilidade no Hemisfério Norte sozinho.