Perspectiva de safra doce na produção de cana-de-açúcar

Tendência de avanço do plantio mecanizado é evidente, trazendo consigo benefícios e desafios, diz o especialista em Nutrição, Thomaz Virgilio
Vandré Dubiela
- Da redação RuralNews
Publicado em 29/06/2024

A indústria da cana-de-açúcar enfrenta um cenário complexo em 2024, com desafios e oportunidades que devem ser cuidadosamente analisados. Um dos principais pontos de atenção é a menor contribuição do volume de cana-planta e o aumento da idade média dos canaviais. O atraso no plantio de 18 meses no início de 2023 impactou o primeiro corte da safra atual.

Por outro lado, a cana-soca apresentou maior produtividade, adiando a necessidade de reforma dos canaviais. Isso resulta em um menor tempo de crescimento da cana no campo, afetando a produtividade a longo prazo. "A tendência de avanço do plantio mecanizado é evidente, trazendo consigo benefícios e desafios.
Entressafra curta e mix direcionado para a produção de açúcar indicam que a safra será doce, com uma previsão de aumento de até 2 milhões de ton. de açúcar
Entressafra curta e mix direcionado para a produção de açúcar indicam que a safra será doce, com uma previsão de aumento de até 2 milhões de ton. de açúcar

O aumento no uso de plantio mecanizado exige mais mudas e eleva os custos associados, requerendo um equilíbrio cuidadoso entre eficiência e investimento", destaca o especialista em nutrição, Engenheiro Agrônomo Thomaz Virgilio.

A entressafra curta e o mix direcionado para a produção de açúcar indicam que a safra será doce, com uma previsão de aumento de até 2 milhões de toneladas de açúcar na próxima safra.

Se todas as operações entrarem em vigor em 2024, o mix de açúcar poderá superar 50% na região centro-sul, marcando um avanço significativo na produção. O crescimento da oferta de etanol a partir do milho está se consolidando como uma alternativa relevante no mercado de biocombustíveis. Esse aumento na produção de etanol de milho pode impactar os preços do etanol e alterar a dinâmica de mercado.

A redução dos custos de produção é uma notícia positiva, especialmente com a diminuição dos preços de insumos como defensivos e fertilizantes. Essa queda nos custos deve beneficiar tanto os produtores quanto as usinas, tornando a produção mais viável economicamente.

No entanto, o clima instável continua sendo um desafio significativo. A safra de cana 2023/24 registrou uma variação negativa no nível de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) em comparação com a safra anterior, o que pode afetar a qualidade do açúcar e do etanol produzidos. Manter a qualidade em um cenário climático adverso será crucial para a competitividade do setor.

Em suma, a indústria da cana-de-açúcar em 2024 deve navegar por um terreno repleto de desafios, mas também com oportunidades promissoras que, se bem aproveitadas, podem assegurar um futuro próspero para o setor.


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Sobre o autor Vandré Dubiela

Com mais de três décadas dedicadas ao jornalismo, iniciou a carreira no Jornal O Paraná, de Cascavel, passando pelas principais editorias. Conta com textos e fotografias publicados nos principais meios de comunicação nacional, entre os quais a Folha de São Paulo, Estado de S. Paulo, Gazeta do Povo e Revista Grid. Atuou ainda como produtor da TV Tarobá, afiliada da Band e como editor de portais de notícias. Também é autor do livro AREAC 50 anos – Pioneirismo na defesa e na valorização da agronomia paranaense. Nos últimos anos, se especializou em agronegócio, produzindo reportagens e artigos do gênero, inclusive trabalhos dedicados à OCEPAR (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná).
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