Soja mantém sequência de queda e fecha mais um dia em baixa na CBOT
Avanço da colheita no Brasil e melhora do clima na Argentina continuam afetando os preços da oleoginosa na CBOT. O USDA estimou a área de soja dos EUA em 2025/2026 em 33,99 milhões de hectares.

Durante o pregão, a soja apresentou leves aumentos nesta quinta-feira

SegudoBoletim Diário da TF Agroeconômica, a soja negociada na Bolsa de Chicago fechou novamente em baixa nesta quinta-feira. As cotações da oleaginosa continuam sendo pressionadas pelo avanço da colheita no Brasil e a melhora nas condições climáticas e das lavouras na Argentina.
O contrato de soja para março, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,17 %, ou $ -1,75 cents/bushel a $ 1022,75. A cotação de maio, fechou em baixa de -0,38 % ou $ -4,00 cents/bushel a $1037,25. O contrato de farelo de soja para março fechou em baixa de -0,89 % ou $ -2,5 ton curta a $ 290,9 e o contrato de óleo de soja para março fechou em baixa de -0,49 % ou $ -0,22/libra-peso a $ 44,75.
Na maior parte do dia, a soja apresentou leves aumentos no pregão desta quinta-feira. Porém, no fechamento do pregão, foi contaminada pelas perdas das outras commodities do complexo de grãos, que fecharam em forte queda devido as tarifas contra parceiros comerciais dos EUA voltarem ao radar do curto prazo.
Os aumentos nos preços do óleo que davam suporte à oleaginosa se transformaram em quedas (a posição de maio perdeu US$ 5,29 e ficou com um ajuste de US$ 999,78) devido às turbulências tarifárias que incluem China eUnião Europeia, compradoras de soja e seus derivados.
O andamento da colheita no Brasil, agravado nos últimos dois dias pela desvalorização do real frente ao dólar, que incentiva os produtores a venderem seus grãos no auge da colheita.
CHUVAS NA ARGENTINA
Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) informou hoje que as chuvas dos últimos dias, principalmente na região central, favoreceram a melhora das condições hídricas da soja argentina, tantode primeira quanto de segunda.
Em contraste, no norte da região agrícola não só não houve chuva, como também prevaleceram temperaturas altas. Como resultado, a proporção de lavouras em condições excelentes/normaismelhorou em apenas um ponto, de 66 para 67%, em comparação com 83% no mesmo período em 2024, enquanto a parcela de solos em condições hídricas ótimas/adequadas aumentou em 2 pontos, de 67 para 69%, em comparação com 73% há um ano.
Em relação às primeiras safras, mais de 40% das lavouras plantadas em ambos os núcleos começaram a encher os grãos em um ambiente de umidade ideal, enquanto no NEA e no Norte de Santa Fé, mais de 30% começaram o período crítico sob déficit hídrico.
No caso da soja de segunda safra, embora algumas parcelas tenham sido desbastadas devido à falta de umidade no início do ciclo, as últimas chuvas foram benéficas, com 34% das plantas entrando no período crítico, o que ajudou a mitigar a perda de produtividade. Nesse contexto, a Bolsa manteve aprevisão de produção em 49,60 milhões de toneladas.
USDA AUMENTA PRODUÇÃO DE SOJA, MAS DIMINUI OS ESTOQUES
No primeiro dia do Fórum Anual, o USDA estimou a área de soja dos EUA em 2025/2026 em 33,99 milhões de hectares, abaixo dos 35,25 milhões em 2024/2025, mas próximo dos 34,16 milhões previstos por fontes privadas.
Em decorrência de uma produtividade prevista maior que a anterior, a nova safra foi estimada em 118,93 milhões de toneladas, ante 118,84 milhões do ciclo anterior e 118,06 milhões esperados pelos operadores. Entretanto, de vido à previsão oficial de maiores exportações e aumento da moagem, o estoque final seria de 8,71 milhões de toneladas, inferior ao 24/25, 10,34 milhões e aos 9,99 milhões analisados pelo mercado antes do FóruM.
