INÍCIO AGRICULTURA Pragas

Veto ao glifosato vai gerar perdas de R$ 428 bilhões em 10 anos

Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Federal e o Ministério Público de Mato Grosso querem proibir o uso do glifosato nas lavouras
Vandré Dubiela
- Exclusivo Rural News
Publicado em 11/06/2024

Recentes discussões sobre a proibição do glifosato nas culturas do milho, soja e algodão no Brasil levantam têm causado incertezas quanto ao futuro da agricultura, em especial no Mato Grosso. Os impactos serão devastadores, alertam a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e a LCA Consultoria.


O impacto social seria profundo, com mais de 2,8 milhões de empregos em risco
O impacto social seria profundo, com mais de 2,8 milhões de empregos em risco

O potencial prejuízo é alarmante: estima-se que ao longo de uma década, a proibição do glifosato possa resultar em perdas que ultrapassariam os R$ 428 bilhões, afetando não apenas a economia regional, mas também a estabilidade financeira do País como um todo. Além disso, o impacto social seria profundo, com mais de 2,8 milhões de empregos em risco.



Esses números impressionantes surgem em meio a um processo em andamento na Justiça do Trabalho de Mato Grosso, que analisa uma Ação Civil Pública solicitando que os produtores rurais cessem o uso do glifosato em suas operações. O temor é legítimo, pois qualquer decisão tomada terá implicações de longo alcance não apenas para os agricultores, mas para toda a cadeia produtiva e, consequentemente, para a segurança alimentar do país.



É essencial que as autoridades considerem cuidadosamente todas as evidências disponíveis e busquem soluções equilibradas que levem em conta tanto os aspectos econômicos quanto os ambientais e de saúde pública. O futuro da agricultura brasileira está em jogo, e é fundamental tomar decisões informadas e responsáveis para garantir sua sustentabilidade a longo prazo.



O Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Federal e o Ministério Público de Mato Grosso fizeram um pedido conjunto para proibir o uso do glifosato nas lavouras. Embora a solicitação tenha sido inicialmente negada pela 3ª Vara do Trabalho, os autores do pedido decidiram apelar ao Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região. O processo agora está em andamento, com o relator, o desembargador João Carlos, votando a favor da proibição no final de maio.

A decisão em torno do glifosato não é apenas uma questão jurídica; ela tem implicações significativas para a agricultura brasileira e para a sustentabilidade ambiental. O glifosato desempenha um papel fundamental no sistema de plantio direto, uma prática agrícola mais sustentável que envolve o cultivo sem o preparo do solo, ou seja, sem arar. O herbicida é essencial para a dessecação das plantas de cobertura neste método. No entanto, se sua utilização for proibida, os produtores podem ser forçados a adotar métodos menos sustentáveis, colocando em risco os avanços alcançados em termos de conservação do solo e redução da erosão.


Sobre o autor Vandré Dubiela

Com mais de três décadas dedicadas ao jornalismo, iniciou a carreira no Jornal O Paraná, de Cascavel, passando pelas principais editorias. Conta com textos e fotografias publicados nos principais meios de comunicação nacional, entre os quais a Folha de São Paulo, Estado de S. Paulo, Gazeta do Povo e Revista Grid. Atuou ainda como produtor da TV Tarobá, afiliada da Band e como editor de portais de notícias. Também é autor do livro AREAC 50 anos – Pioneirismo na defesa e na valorização da agronomia paranaense. Nos últimos anos, se especializou em agronegócio, produzindo reportagens e artigos do gênero, inclusive trabalhos dedicados à OCEPAR (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná).
TAGS:
COMENTÁRIOS

O QUE VOCÊ ACHOU DESSE CONTEÚDO? DEIXE SEU COMENTÁRIO...

Assine nossa NEWSLETTER
Notícias diárias no seu email!
Destaques
Assine nossa NEWSLETTER
Notícias diárias no seu email!
Ao continuar com o cadastro, você concorda com nossos termos de privacidade e consentimento da nossa Política de Privacidade.