Mamona ameaça produtividade e qualidade de grãos no campo
Presença da planta daninha pode danificar colhedoras, aumentar custos de produção e prejudicar a comercialização de grãos

Produtores aprendem a identificar mamona e outras plantas daninhas em cursos. Foto: Sistema FAEP / Divulgação

A mamona (Ricinus communis) tem se destacado como planta daninha de alto risco no Brasil. Embora seja utilizada para extração de óleo de rícino, a espécie se espalha rapidamente e compete com culturas agrícolas por água, luz e nutrientes. Além disso, seu ciclo produtivo e o potencial tóxico das sementes tornam a planta indesejada, causando impactos econômicos significativos.
Como a planta se espalha
No Paraná, a disseminação da mamona está ligada ao uso da torta da planta como adubo orgânico, prática comum em antigos cafezais. Assim, as sementes germinam e se espalham, provocando infestações e dificultando o manejo.
Edison Baldan Junior, engenheiro agrônomo, explica que a planta pode obstruir colhedoras, danificar equipamentos e até quebrar para-brisas. Consequentemente, ela reduz a produtividade e interfere na qualidade da matéria-prima.
Impactos na classificação e custos extras
Durante a classificação de grãos, sementes de mamona exigem o rebeneficiamento das cargas. Dessa forma, os custos de transporte e beneficiamento aumentam.
Ivonete Rasêra, especialista do Sistema FAEP, alerta que, em casos de contaminação, a carga precisa ser limpa antes do armazenamento ou embarque. Por isso, ela recomenda atenção redobrada nas bordaduras das lavouras, já que as sementes podem se misturar com milho e outros cereais.
Manejo integrado é essencial
O controle da mamona exige estratégias contínuas. Por exemplo, a rotação e consorciação de culturas ajudam a quebrar o ciclo de germinação. Além disso, herbicidas pré e pós-emergentes, aplicados de forma planejada, são essenciais para evitar novas infestações. Baldan ressalta que o manejo não depende de uma única aplicação e que o acompanhamento constante das lavouras é fundamental.
Capacitação e prevenção
O Sistema FAEP oferece cursos gratuitos, como o “Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD)”. Dessa forma, os produtores aprendem técnicas de monitoramento e controle racional das plantas daninhas. Assim, é possível reduzir prejuízos econômicos, preservar o meio ambiente e aumentar a eficiência no uso de recursos.
