Clima irregular reduz ritmo de semeadura e gera incerteza sobre produtividade
Irregularidade das chuvas atrasa o plantio da soja e aumenta dúvidas sobre o desempenho da safra 2025/26
Clima instável dificulta o avanço da semeadura da soja na safra 2025/26. Foto: Canva
Entre 1º e 21 de novembro, as chuvas foram irregulares e mal distribuídas em áreas agrícolas importantes do país. Esse padrão trouxe impactos para a semeadura e para o início do desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. Ainda assim, a combinação de umidade no solo e temperaturas máximas não tão elevadas permitiu o avanço dos trabalhos na maior parte das regiões. No Matopiba, por exemplo, as precipitações se intensificaram no final do período, o que contribuiu para recuperar parte do atraso. As informações estão no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), divulgado pela Conab.
Instabilidade marca o Centro-Oeste
No Centro-Oeste, principal polo produtor de grãos, o período chuvoso foi bastante instável. Em partes da região, a chuva ocorreu de forma espaçada e mal distribuída. Assim, áreas do sudoeste de Mato Grosso, do Pantanal e do leste de Mato Grosso do Sul seguiram com baixa umidade no solo, cenário também observado no sul e no norte de Goiás. Mesmo assim, houve melhora gradual do armazenamento hídrico ao longo do mês, o que favoreceu a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos, sobretudo nas áreas com maior capacidade de retenção de água.
Recuperação gradual no Matopiba
No Matopiba, as precipitações também foram irregulares, com aumento mais significativo apenas na terceira semana do mês. Apesar disso, a umidade do solo se recuperou em boa parte da região, permitindo o início do plantio e o avanço das lavouras que estavam atrasadas. Em áreas da Bahia e até o sudeste do Piauí, porém, mesmo os volumes elevados de chuva no fim do período não foram suficientes para elevar o armazenamento hídrico a níveis adequados para a semeadura.
Norte apresenta contrastes
Em Rondônia, no Pará e no Tocantins, o volume de chuva também variou bastante. A irregularidade manteve a umidade baixa em algumas áreas, embora o armazenamento hídrico tenha aumentado aos poucos. No Amazonas, por outro lado, as chuvas foram frequentes e abundantes, contribuindo para manter o nível dos rios elevado.
Sudeste tem cenário mais uniforme
No Sudeste, o cenário foi diferente: as chuvas ocorreram de forma mais uniforme, com acumulados maiores em São Paulo e no centro-sul de Minas Gerais. Entretanto, ainda há pontos com baixa umidade no Triângulo, Noroeste e Norte mineiros. Mesmo assim, as temperaturas mais baixas ajudaram a reduzir a perda de água no solo, garantindo condições adequadas para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos.
Eventos extremos no Sul
Na região Sul, o mês começou com chuva intensa, especialmente no oeste do Paraná. Os temporais vieram acompanhados de vento forte, tornados e granizo, causando danos relevantes às lavouras. Contudo, nas demais áreas, os acumulados de chuva foram mais moderados e mantiveram o armazenamento hídrico em níveis suficientes para o avanço dos cultivos de primeira safra. Para os cultivos de inverno, apesar dos eventos de excesso de chuva, o clima no geral favoreceu o andamento e a conclusão da colheita.
