Abates de bovinos, suínos e frangos atingem os maiores volumes para um primeiro trimestre desde o início da série histórica
O abate de bovinos, suínos e frangos no Brasil alcançou volumes recordes no 1º trimestre de 2025, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (11). O resultado representa o melhor desempenho para o período desde o início da série histórica da pesquisa.
Foram abatidas 9,87 milhões de cabeças de bovinos entre janeiro e março, alta de 4,6% em relação ao mesmo período de 2024. O aumento foi puxado pelo crescimento no abate de fêmeas, que subiu 11,3% e representou quase metade do total. Esse movimento está relacionado à menor atratividade da cria, por causa da queda no preço do bezerro, e também à demanda por carne de novilhas, associada ao mercado premium e às exportações.
As exportações de carne bovina tiveram forte desempenho no trimestre, com destaque para os embarques à China e aos Estados Unidos, o que também impulsionou o volume de abates.
No caso dos suínos, o abate somou 14,33 milhões de cabeças, aumento de 1,6% frente ao 1º trimestre de 2024. Apesar do crescimento, o setor vem ajustando o ritmo para manter o equilíbrio entre oferta e demanda. As exportações seguem diversificadas, com queda nos envios à China e crescimento para outros destinos, como as Filipinas.
Já o abate de frangos totalizou 1,64 bilhão de cabeças, uma alta de 2,3% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado. O Brasil manteve o status sanitário livre de gripe aviária, o que favoreceu a demanda internacional e impulsionou os embarques a níveis históricos.
A captação de leite cru pelas indústrias foi de 6,49 bilhões de litros, um avanço de 3,4% sobre o 1º trimestre de 2024. A Região Sul liderou com 39,6% do volume, com destaque para o Paraná, que apresentou o maior crescimento (+10,1%). A alta na produção foi favorecida pela redução dos custos no segundo semestre de 2024 e pela boa demanda por derivados lácteos.
O preço médio pago ao produtor foi de R$ 2,76 por litro, com valorização de 22,1% frente ao mesmo período do ano anterior.
O setor de couro registrou alta de 15,7% no volume recebido pelos curtumes, com 10,75 milhões de peças captadas no 1º trimestre de 2025. A maior parte do couro veio de matadouros frigoríficos.
Na avicultura de postura, foram produzidas 1,20 bilhão de dúzias de ovos, aumento de 8,3% em relação ao mesmo trimestre de 2024. A produção foi impulsionada pela maior demanda durante a Quaresma, pela onda de calor no início do ano e pelas exportações em alta — especialmente para os Estados Unidos, que enfrentaram inflação no preço do ovo.
O preço dos ovos de galinha subiu 31,7% no acumulado de janeiro a março, segundo o IPCA, refletindo esse cenário de oferta mais restrita e demanda aquecida.