Semana de estabilidade no mercado do boi gordo

A resistência é baseada, principalmente, no volume de pastagens disponível nos estados produtores
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- Especial para Rural News
Publicado em 15/03/2024

Sexta-feira chega ao seu final com poucos negócios no mercado do boi gordo, em linha de estabilidade na semana. A média das escalas de abate permanecem acima de 10 dias nas principais praças produtoras, a indústria frigorífica tenta a pressão, propõe preços abaixo da referência, com eventual resultado favorável, mas que esbarra, na maior parte das vezes, na resistência do pecuarista brasileiro, que se retira das vendas quando o cenário de preços piora.

A resistência é baseada, principalmente, no volume de pastagens disponível nos estados produtores. Apesar da instabilidade climática, temperaturas bem mais altas que o habitual, as chuvas têm comparecido e garantido um cenário mais interessante para o produtor rural brasileiro.
Pecuaristas têm disponibilidade de pastagens para animais
Pecuaristas têm disponibilidade de pastagens para animais

Se olharmos para algumas variáveis deste mercado, podemos dizer que pesa sobre ele a expectativa de abates ainda mais volumosos em 2024; a participação de fêmeas nas salas de matança ainda muito consistente neste ano; a China com habilitação massiva de indústrias frigoríficas no Brasil (estes três primeiros itens eu já comentava nesta última quinta-feira); a seca que logo começa se apresentar e também as sinalizações no mercado futuro do boi, nada animadoras.
O volume de abates no Brasil nos primeiros meses do ano, de acordo com os relatórios SIF, são maiores que no mesmo período sazonal dos últimos anos. A afirmação confirma a expectativa lançada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (em Brasília), na qual se estima recorde de exportação e consumo interno de carne bovina. Contudo, a minha preocupação é em torno das margens do pecuarista brasileiro. A tonelada da carne bovina exportada ou não está cada vez barata e quem tem ficado com quase a totalidade da conta é o produtor rural do Brasil.

Quando a seca vier, podemos ter um cenário volumoso de animais indo para o abate, como normalmente ocorre em proporções variáveis a cada ano. Ano passado foi em agosto. Neste ano, conversando com muitos especialistas, a média de entendimento é ser entre maio e junho. Há uma clara percepção que a depressão será menor do que a do último ano, mas o produtor rural precisa estar atento.



Sobre o autor

Fabiano Reis é jornalista econômico, especialista em Marketing rural e mestre em Produção e Gestão Agroindustrial. Editor de economia e agricultura do Canal do Boi, onde apresenta o programa AgriculturaBR. É colunista econômico em diversos veículos de imprensa. Professor universitário nos cursos de Administração e Comunicação Social. Palestrante nas áreas de comunicação e agronegócio; Apresentador de eventos e feiras. Publicou os livros Reflexos sobre o nada nos mares do Pantanal, Life Editora, 2011 (livro poesias); A interação da pecuária brasileira, Nelore MS, 2012; Nelore: mostra a força de uma raça, Nelore MS, 2010; O perfil do comércio varejista de carne bovina de Campo Grande-MS, dissertação de mestrado, UNIDERP, 2005; Redação e revisão do livro Organização e Valor para Comércio Varejista de Carne, SEBRAE, 2004.
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