Transporte ferroviário é debatido em audiência com a CNA no Senado
CNA participa de audiência sobre transporte ferroviário e destaca investimentos para reduzir custos e aumentar competitividade

CNA participa de audiência no Senado sobre transporte ferroviário e infraestrutura do escoamento agrícola. Foto: CNA/ Divulgação

A CNA participou, na quarta-feira (13), de audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado para discutir o transporte ferroviário de cargas no Brasil. O encontro abordou, além da regulamentação e fiscalização, os desafios da malha ferroviária.
Audiência reúne governo e entidades
A iniciativa foi do presidente da Comissão, senador Zequinha Marinho (PA), e contou com representantes do governo, de entidades setoriais e de usuários do transporte ferroviário. Entre os participantes estavam Abiove, CNT, ANTT, Ministério dos Transportes, ANUT, ANTF e Abrafa. Além disso, o debate permitiu que diferentes setores apresentassem suas demandas.
CNA destaca necessidade de investimentos
Elisangela Pereira Lopes, assessora técnica da CNA, afirmou que a infraestrutura não acompanha o crescimento do agro brasileiro. Ela apresentou dados que projetam aumento da safra e questionou: “Para suportar essa produção, qual será a logística? Vamos continuar transportando a safra praticamente apenas por caminhões?”
Segundo Elisangela, 85% da produção de soja e milho é escoada por rodovias, modelo inadequado para longas distâncias. Embora o Brasil conte com mais de 30,5 mil km de ferrovias, grande parte enfrenta ociosidade ou falta de operação. Além disso, a limitação da malha impacta diretamente nos custos do transporte.
Custos altos afetam produtores
A assessora técnica alertou que a falta de alternativas e investimentos eleva custos. “É o produtor rural quem paga essa conta. Parte do valor do produto é retirada da lucratividade de quem produz”, explicou. Por isso, investimentos estratégicos no transporte ferroviário são essenciais.
Ela destacou a importância da Ferrogrão, que pode reduzir custos em até 40% na malha Norte + Paulista. Além disso, enfatizou a necessidade de ampliar ferrovias em regiões de novas fronteiras agrícolas para atender à demanda crescente.
Diálogo com usuários do sistema
Elisangela reforçou que é essencial ouvir os usuários do sistema. “O maior pleito é dar mais voz ao produtor e ao embarcador. Sem carga não existe ferrovia nem rodovia. Portanto, todos os atores precisam dialogar e chegar a um denominador comum”, concluiu.
