Nos últimos anos, o setor de varejo agrícola no Brasil vem passando por mudanças significativas. impulsionadas pela entrada de fundos de investimento e de uma forte onda de fusões e aquisições no setor de revendas. Essas transações redesenharam a estrutura do setor de distribuição, criando grandes plataformas e empresas cada vez mais verticalizadas. Apesar do importante foco em eficiência operacional, sinergias e profissionalização da cadeira, o movimento também trouxe novos desafios.
Em um recorte específico sobre fertilizantes, temos um mercado altamente influenciado pelos preços das matérias-primas, essencialmente importadas, no qual as oscilações afetam diretamente a rentabilidade dos produtores. Neste momento em que o país se prepara para a safrinha do milho (que segue a colheita da soja no primeiro trimestre), a relação prejudicada de troca entre os preços das commodities e dos fertilizantes levou os agricultores a adiarem suas decisões de compra de insumos. O resultado é o cenário atual, de atraso de mercado de safrinha em comparação com anos anteriores. E de eminente risco de gargalo logístico.
É importante lembrar que a imensa maioria das matérias primas para a produção de fertilizantes são importadas, e que os principais misturadores brasileiros também costumam postergar sua própria decisão de importação destes materiais até que tenham uma sinalização mais firme do volume de vendas. Da ação de compra, passando pelo processo de logística de importação, para enfim processar a mistura e disponibilização do fertilizante para o agricultor, temos até 120 dias. Dessa forma, dinâmicas de postergação de decisão de compra por parte do agricultor pode acarretar em um risco real de limitações de abastecimento no mercado local, no tempo correto.
Essa dinâmica de mercado fez de 2023 um ano bastante desafiador para o Brasil. O desabastecimento de matérias primas foi lição aprendida para a indústria de insumos e o varejo agrícola, que neste final de ano já trabalham antecipando parte das compras para o próximo ciclo como uma forma de sair na frente da concorrência e de garantir estoques de produtos para venda. O cenário para 2024 ainda depende muito do comportamento de preços das commodities, principalmente da soja (responsável por cerca de 45% da demanda total de fertilizantes no país), mas há hoje um otimismo para este ciclo, com perspectivas de crescimento da demanda por fertilizantes e necessária recomposição das reservas de nutrientes do solo.
Quando se trata do papel dos fertilizantes na saúde e fertilidade do solo, na nutrição e no desenvolvimento dos cultivos, o acesso dos agricultores a tecnologias produtivas no tempo correto e à assistência técnica qualificada contribuem para a maior eficiência no investimento, com economia e uso racional dos recursos, resultando em maior produtividade e sustentabilidade ambiental e econômica. Com seu modelo centrado na oferta eficiente de insumos, a Nutrien está, portanto, fortemente posicionada para liderar no cenário em evolução do varejo agrícola brasileiro, assegurando soluções completas e suporte essencial aos agricultores do país.