IPCF de setembro recua 7% e fertilizantes ficam mais acessíveis

O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de setembro fechou em 1,19, registrando queda de quase 7% em relação ao mês anterior, de acordo com análise da Mosaic. Isso indica que os fertilizantes se tornaram mais acessíveis, aumentando o poder de compra do produtor rural. Além disso, o movimento acompanha o encerramento da colheita da safrinha e o início do plantio da soja, com leve retração do dólar, que impactou pouco o índice.

Queda nos preços dos fertilizantes

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A retração nos preços dos fertilizantes foi o principal fator para a queda do IPCF. A ureia se destacou, com recuo de 10%, seguida pelo Monoamônio Fosfato (-3%), Superfosfato Simples (-5%) e Cloreto de Potássio (-1%). Essa redução está ligada ao período de entressafra, quando a demanda naturalmente diminui. No entanto, a expectativa é que os valores aumentem no quarto trimestre, impulsionados pela retomada da demanda, especialmente para a segunda safra.

Commodities e mercado externo

Ao mesmo tempo, os preços das commodities subiram em média 3%, com soja (1%), milho (3%) e cana-de-açúcar (3%). O algodão caiu 3%, sem impacto relevante na média geral. Eventos externos também influenciaram o mercado, como a suspensão e retomada das retenciones na Argentina, impostos sobre exportação que afetam as negociações internacionais.

Atenção para o mercado agrícola

O cenário exige cuidado em três frentes. Primeiro, fertilizantes fosfatados de baixa solubilidade podem reduzir a absorção de nutrientes e comprometer a produtividade. Em seguida, a escassez de crédito rural dificulta o acesso a financiamentos, afetando vendas e planejamento da safra. Por fim, observa-se antecipação nas compras de insumos para a safra de verão 2026. Estratégias como antecipação de recebíveis têm garantido melhores condições comerciais e mitigado riscos diante da volatilidade do mercado.

Perspectivas para a soja

O início do plantio da soja é estratégico para o calendário agrícola nacional. Apesar das oscilações na demanda chinesa, o Brasil mantém sua posição como principal fornecedor da oleaginosa, sustentando o aquecimento do mercado interno e reforçando a competitividade do agronegócio.