Discussão sobre status de febre aftosa do Maranhão é tema de pré-evento da Agrobalsas

A Agrobalsas, evento que acontece na Fazenda Sol Nascente, no município de Balsas, no Sul do Maranhão, de 16 a 20 de maio, tem um agenda de pré-eventos de temas de grande interesse do Estado. Nesta segunda-feira, dia 15/05, no auditório da Fazenda Sol Nascente aconteceu o “2º Fórum Regional de Desenvolvimento da Pecuária e Agroindústria Sustentável com Ênfase a Sanidade dos Produtos”. O tema central do fórum foi discutir como está o processo para o Maranhão conseguir o status de Estado livre de febre aftosa sem vacinação.

Participaram do evento João Eduardo Pires, responsável técnico do Programa de Vigilância da Febre Aftosa no Tocantins; Dr. Francisco Pugliesi, presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA (Comissão Nacional de Agricultura); Raimundo Coelho de Souza, presidente da FAEMA (Federação da Agricultura do Estado do Maranhão); Diego Sampaio, presidente do Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária do Maranhão; Gisela Introvini, superintendente da FAPCEN (Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte), além da participação, por web-conferência, de Nilton Antonio de Moraes.

João Eduardo Pires, responsável técnico do Programa de Vigilância da Febre Aftosa no Tocantins

João Eduardo Pires, responsável técnico do Programa de Vigilância da Febre Aftosa no Tocantins, levou aos participantes as informações e experiência do Estado do Tocantins, que já conseguiu a retirada da vacinação no Estado, pré-requisito para conseguir o status. “O Estado de Tocantins está agora nessa fase de monitoramento, que dura dois anos. Se após esse período não for detectado nenhum caso da doença no Estado, aí sim o Ministério da Agricultura concede o status final de Estado livre de febre aftosa sem vacinação”, afirma João.

ASSISTA A ENTREVISTA COM JOÃO EDUARDO PIRES:

https://youtu.be/OXNVaTU8Nac

Cinco Estados brasileiros (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Acre e Roraima) e duas regiões (Sul do Amazonas e leste do Mato Grosso) já possuem o status de Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. Em sua palestra, João Eduardo Pires enfatizou a importância do papel do Estado e dos pecuaristas nesse processo. “O Estado do Maranhão é estratégico para a região, pois faz fronteira com Tocantins”, afirmou João Eduardo.

o Fórum Regional de Desenvolvimento da Pecuária e Agroindústria Sustentável com Ênfase a Sanidade dos Produtos aconteceu na manhã do dia 15/05, na Fazenda Sol Nascente, em Balsas, Sul do Maranhão

Nilton Antônio de Moraes, coordenador da Divisão de Prevenção e Vigilância Animal I (DVIG 1) e coordenador geral de Prevenção e Vigilância em Saúde Animal (CGVSA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), partipou através de videoconferência e falou sobre os desafios que o Maranhão enfrenta para conseguir suspender a vacinação no Estado. Segundo ele é preciso educar, mostrar e levar conhecimento para os produtores com maestria. “Temos que nos tornar capazes e competentes nesse processo. O setor ainda se comunica muito mal e muito pouco”, afirmou. Para ele é preciso neste processo buscar capacitar os profissionais, técnicos, professores e alunos no Estado.

E também é preciso mostrar ao setor os ganhos com a consolidação da condição sanitária no Maranhão. A abertura de novos mercados é resultado disso, como é o caso do México, que recentemente começou a exportar carne bovina brasileira.

“O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento trabalha para toda a sociedade, trabalha para o bem do produtor, quer que a pecuária gere benefícios para o Estado, que são convertidos também melhora da saúde pública, geração de empregos, renda e segurança alimentar”, afirmou Nilton.

Ele também apresentou números do setor no Valor Bruto da Producao de 2022, onde a pecuaria foi responsável por R$ 374,2 bilhoes. “Somente em bovinos foram R$ 172 bilhoes em 2021. Em 2022 foram exportadas 2,26 bilhóes de toneladas, cerca de 25% da produção, que gerou 13 bilhões de dólares de receitas para o país. A pecuária ainda gera cerca de 3 milhoes de empregos diretos e mais de 1 milhão de vagas de trabalho na agroindústria. Segundo o MAPA, o Brasil possui hoje o maior rebanho comercial do mundo, com cerca de 230 milhoes de cabeças.

Francisco Pugliesi, presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA falou sobre a importância da entidade nas conquistas da pecuária e de todo o setor no Brasil. Francisco apresentou números do agronegócio nacional que mostram que entre os R$ 45 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB), 27% são da pecuária. Somente a agropecuária é reponsável por 25% do PIB.

“E o Maranhão é importante neste cenário, pois aqui estão 8 milhões de cabeças de gado, fazendo com que o Estado seja um importante na pecuária nacional, ficando atrás apenas da Bahia na região Nordeste”, afirmou Pugliesi.

Francisco Pugliesi, presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA

Ele também enfatizou o papel do pecuarista na sustentabilidade da cadeia produtiva, com o crescimento acelerado da Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), evidência clara da preocupação do pecuarista com o meio ambiente.

Outro ponto destacado pelo representante da CNA foi a imagem errada do pecuarista brasileiro que é levada para o exterior. “Para os europeus, toda carne produzida no Brasil vem da Amazônia e isso não é verdade”, salienta. E o que é preciso enfatizar lá fora onde fica localizada a Amazônia é que existem leis que permitem a produção pecuária na região. “É claro que existem problemas com pecuaristas produzindo ilegalmente, mas isso já um problema da fiscalização”, salienta. Para ele, a grande maioria dos pecuaristas preservam o meio ambiente, preservam as nascentes e produz com sustentabilidade.

Margarida Prazes, coordenadora do Programa de Combate à Febre Aftosa da AGED (Agência Estadual de Defesa Agropecuária) do Maranhão, explica que o Estado é considerado livre de febre aftosa com vacinação. Ela afirmou que o Estado está se adequando às quatro grandes exigências do MAPA para conseguir tonar esse esse status sem a vacinação.

Margarida Prazeres, coordenadora do Programa de Combate à Febre Aftosa da AGED (Agência Estadual de Defesa Agropecuária) do Maranhão

A primeira exigência é ter a geolocalizacão de 70% das propriedades e o Maranhão já tem 80%. A segunda é passar por uma auditoria do MAPA, que vai acontecer em julho de 2023. A terceira é execução do Plano Estratégico, que já está em 80% no Estado. E a quarta é a criação de um fundo privado, o FUNDEPEC, no qual o produtor faz a contribuição quando emite o GTA (Guia de Transporte Animal). “O fundo é importantissimo porque garante, em caso de emergência, a indenização do pecuarista na ocorrência de um caso”, afirma.

Segundo ela o Estado hoje tem 10 milhões de cabeças de gado. O Plano Estratégico do MAPA impõe 42 ações para serem cumpridas pelos Estados para que consigam retirar a vacinação. “Os esforços agora são para que em novembro de 2023 o MAPA libere para que o Maranhão pare de vacinar seu rebanho. A partir daí começa a correr o prazo de até 2 anos para se monitorar o rebanho. Se nenhum caso for registrado nesse período, daí sim o Estado se torna definitivamente livre da doença sem vacinação”, informa.

No final do evento foi feito um debate entre todos os participantes do Fórum, que discutiram o tema e buscaram as soluções e a troca de informações sobre a importância da pecuária para o Estado do Maranhão.

SERVIÇO


O QUE É: Agrobalsas

ONDE: Fazenda Sol Nascente, em Balsas, região Sul do Maranhão.

QUANDO: de 16 a 20 de maio de 2023

SITE OFICIAL: www.agrobalsas.com.br


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